quinta-feira, 19 de maio de 2011

A saga da amamentação - Parte II


Passada a fase da mastite, amamentar começou a ser um momento único, de amor e prazer. Amamentar é um ato natural e, desde que a mulher tenha um pouco de bom senso, apoio o direito de amamentar em público sem constrangimento. Mas para mim a amamentação sempre foi um momento íntimo que eu não queria dividir com mais ninguém. Era só eu e o Henrique em paz e silêncio no nosso cantinho. Queria mesmo era me esconder dos outros e ficar em paz. Não atendia nem o telefone, nem assistia televisão, nem gostava de ficar conversando nesse horário sagrado só para ficar olhando aqueles olhinhos lindos e espertos.
Como eu tive muito leite no início, não esperava que a situação pudesse se modificar, mas isso aconteceu infelizmente. Não sei se foi o antibiótico que tomei para curar a mastite, mas o meu leite diminuiu bastante. O Henrique estava engordando razoavelmente, mas chorava muito e comecei a complementar o leite com mamadeira. Ele mamava no meu peito e nas mamadas da tarde, em que eu tinha menos leite, eu fazia uns 60 ml e dava na mamadeira. O Henrique aceitou muito bem e mamava tudo. Acho que estava com fome mesmo (ou então preguiça de se esforçar mais no peito).
Não vou ficar me questionando se era para ter dado mamadeira ou não. Pode ser que realmente não era o caso de complementar. Mas na época eu estava preocupada, complementei e foi bom para mim e para ele. E ele nunca quis largar o peito por causa da mamadeira. Sempre adorou mamar no peito.
Só parei de amamentar porque o leite foi diminuindo, diminuindo até não ter mais. Ainda bem que ele já tomava mamadeira porque fui substituindo e aumentando a quantidade aos poucos, então ele não sofreu quando parei totalmente. Foi um método bem natural.
O Henrique mamou até os 11 meses no peito, mas desde que ele tinha uns 8 meses o meu leite era bem pouco mesmo. Foi ótimo enquanto durou. Fiquei muito feliz porque a minha meta era amamentar até os seis meses e consegui. Só que a minha amamentação foi única: era só um peito e mais mamadeira.
Então gostaria de contar como foi a minha experiência de amamentar com um peito só, pois pode acontecer também com alguém, embora não seja o ideal.
O Henrique começou a ter muita preferência pelo peito esquerdo com uns 3 meses. Consegui enrolar ele um pouco mais ou menos por um mês. Eu começava sempre pelo direito, que ele não queria, mas logo ele queria trocar. Aí o leite foi diminuindo cada vez mais e ele dava escândalo quando eu o colocava para mamar no lado direito.
Comecei então a deixar ele mamar mesmo só do lado esquerdo. E fiquei amamentando só em um peito até ele fazer 11 meses. Não teve problema porque logo ele começou a comer, então só um já era suficiente.
Na época, o obstetra dizia que não tinha problema, mas que era esperteza do Henrique porque do lado esquerdo a posição é mais confortável. Não sei se era esperteza ou se realmente o peito tinha menos leite ou saia com mais dificuldade. Mas como ele mamava pouco, o leite foi diminuindo até não ter mais.
Na ocasião encontrei com a enfermeira Luzirene por acaso e, com muito carinho, ela chamou a minha atenção. Disse que era para eu incentivar o lado direito, colocando uma sonda em um copo com leite, e deixar o Henrique mamar o peito junto com a sonda para aumentar a produção. Esse processo chama translactação. Ela disse que conseguiu fazer isso com uma mãe adotiva que conseguiu amamentar só por causa da estimulação! Mas sinceramente não tive paciência. Ele já era muito esperto e dava muito escândalo.
Não fiquei me cobrando, nem achei errado amamentar com um peito só. Quando eu tive a mastite pensei até em parar de amamentar. Se eu estava conseguindo amamentar com um peito só já estava de bom tamanho. Pelo menos consegui amamentar assim até 11 meses e fiquei muito feliz.
Se alguém passar por isso e estiver disposta, pode tentar essa técnica da translactação.
Com filho a gente tem que pensar assim: pode ser o ideal e o perfeito, mas não para você, naquelas condições e naquele momento. Só você sabe o que é melhor para você e o seu filho! Se estiver disposta, tente, mas nunca se cobre se não conseguir! Amamentei do jeito que foi possível e fiquei muito feliz por ter tido essa experiência única!

5 comentários:

Capivarando disse...

amamentar é lindo, mas dolorido... tem q amar muito p não desistir...parabéns pela sua força.

Chama a mamãe disse...

Telma,
Parabéns pela força e coragem para ter proseguido a amamentação mesmo depois da mastite, conheço pessoas que sofreram com isso e desistiram de amamentar.
Eu graças a DEus não tive problemas com amamentação, nem da minha parte, nem da parte da minha princesa, foi tudo muito tranquilo, só chorei muito quando ao voltar da licença maternidade, meu leite secou, eu sofri, mas a Eloise não, graças a DEus!!!!!!!!
Adorei seu cantinho, passa lá no meu para fazer uma visita!
Bjos

Angi disse...

Oi querida,
amamentar é assim mesmo, Antonio teve uma preferência tb pelo peito, não lembro qual era, mas foi bem no início, daí aos poucos foi mamando nos dois...
relactação deve ser bem complicado quando ele é maiorzinho, muito agitado, sem paciência...
Mas tu fez o teu melhor, amamentou no peito até onde deu, e fez certo em suplementar com LA, porque parece pelo seu relato que ele tava com fominha...
flor de maracujá, tem selo para você lá no blog!
pega, e passa para a Marcella e para Fabrisia, eu ia mandar para elas tb, mas daí pensei que depois elas iam mandar entre elas tb...daí optei por ti e tu repassará prá elas que eu sei...hahaha
BEIJÃO

Kerow John disse...

Eu também sofri muito no começo da minha primeira filha. Chorava pra amamentar mas valeu a pena cada lágrima, consegui amamentá-la até 1 ano e 3 meses e agora no meu segundo filho de 3 meses está tudo maravilhoso! Graças às Deus e as conchas de silicone! rsrsrsrs Muito legal seu blog, depois passe no http://maeencantada.blogspot.com/
bjos

Anônimo disse...

Olá, lendo o seu relato me identifiquei. Gostaria de saber, se possível, se depois que parou a amamentação um seio ficou maior que o outro? Se preferir, pode me responder por email. Obrigada mariseviegas@gmail.com