sexta-feira, 29 de abril de 2011

Os primeiros livros infantis


Gosto muito de leitura e tenho um pouco de receio com tecnologia em excesso. Fico pensando se no futuro nossos filhos só vão utilizar iPad e confesso que isto me dá um pouco de angústia. Adoro ler um livro de verdade, a leitura é muito mais prazerosa. Lógico que a leitura virtual também tem o seu valor, principalmente por causa da facilidade de acesso às informações. Para mim uma leitura não substitui a outra. Então, assim que possível, quis introduzir o Henrique no mundo dos livros.
Quando o Henrique tinha pouco mais de um ano já comecei a comprar alguns livros, sem compromisso de que ele entendesse qualquer história. Era só para instigar a curiosidade, aprender a passar as páginas e prestar atenção nas figuras.
Comecei com livros de pano com sons e livros de capa dura com abas e efeitos sonoros. Ele se interessou bastante, mas o deixei muito à vontade para pegar o livro na hora que quisesse e sem a obrigação de ver todas as folhas ou seguir a ordem do livro.
Nessa primeira fase, o livro precisa ter algum atrativo. A história tem pouca importância. Devemos procurar livros com figuras que chamam a atenção e se tiver algum som, melhor ainda.
Gostei muito da “Coleção Bebê Achou”, da Editora Caramelo. O livro ajuda a estimular a curiosidade e o desenvolvimento cognitivo-motor da criança. Nesta coleção, o bebê se diverte ao levantar as abas, procurando diversos objetos ou animais coloridos escondidos. Quando a aba levanta, além de ver o brinquedo, a criança é surpreendida com um som diferente a cada página.
Outro livro interessante é “A Banda dos Animais”, pois é muito colorido e cada página tem um som de um instrumento diferente. O Henrique adora instrumentos musicais. Neste livro o que ele mais gosta é do som do tambor que ele até imita todo feliz: “tataratatatá”.
Um livro que parece bem simples, mas que tem um efeito maravilhoso é “O Livro dos Sentimentos” de Todd Parr. Ele traz imagens coloridas e atrativas para demonstrar os sentimentos que podemos ter: tristeza, raiva, alegria, solidão. Acho bem interessante trabalhar os sentimentos com a criança e gosto de fazer uma cara bem específica e engraçada com os olhos e os lábios para ele saber a diferença. É quase brincar de fazer careta. O Henrique adora, principalmente quando faço a cara de brava.
O livro “Seu Soninho, Cadê Você” é o melhor que já comprei. O livro é cheio de efeitos especiais, como abas e bichos que saltam das folhas. A história também é muito interessante: o Jacó, jacarezinho, não consegue pegar no sono e chama aos berros o seu soninho, atrapalhando todos os bichos da floresta. Os bichos ficam bravos, mas depois cantam uma música de ninar para o Jacó dormir. O Henrique até decorou algumas falas do livro: “Pára de berrar”, “cala a boca”. Ele adora quando os bichos ficam bravos e também imita o ronco do Jacó e mostra como o Jacó dormiu.
Os livros de fantoches também são bem interessantes. Tenho um que se chama “Peixinho quer brincar”. É bem bobinho, o Henrique gosta mesmo é do fantoche do peixinho. Coloco o dedo atrás, faço uma voz engraçada e fico mexendo o peixinho. Ele adora. Fantoche é uma brincadeira muito divertida para as crianças.
Minha última aquisição foi “A Casa dos Beijinhos”. O livro também tem abas e figuras lindas e aborda a questão do afeto. No final, o livro diz que o mais gostoso é o beijinho do papai e da mamãe. O Henrique também já decorou. Quando pergunto quem deu beijinho no neném, ele diz o papai e a mamãe. Então ele também dá um beijinho no neném que é o cachorrinho do livro.
Coloquei os livros do Henrique em uma prateleira em que ele mesmo tem acesso para pegar quando tem vontade. Tento fiscalizar para ele não se machucar e também para preservar os livros. Mas se estragar não tem problema, quero que ele tenha um pouco de liberdade para explorar e brincar. Vale a pena! Quem quiser deixar aqui alguma indicação, vou adorar!

quarta-feira, 27 de abril de 2011

A birra na hora de comer


Sendo mãe de um filho que sempre me desafia na alimentação, preciso separar duas situações muito distintas: a falta de apetite e a birra na hora de comer.
Fazer o Henrique comer é uma arte e um exercício de paciência, criatividade e autocontrole. Tenho que seguir algumas regras para a coisa fluir. Deixo ele comer sozinho na cozinha com a porta fechada. Se ele ficar vendo o movimento da casa ou das pessoas, distrai e não quer comer mais. Sempre coloco alguns brinquedos na cadeirinha para ele ficar entretido e preciso variar sempre. Também tenho que esconder os lanches (bolo, biscoito, pão). Às vezes coloco a comida em um prato diferente ou mudo a colher para ele achar interessante. E o mais importante é deixar ele mexer na comida e tentar pegá-la com as mãos ou a colher.
Aprendi com o tempo a manter a calma quando o Henrique não está com apetite e não quer comer ou quer comer pouco ou só quer determinados alimentos que ele prefere. A birra já é algo muito diferente e ele já consegue fazer muito bem.
Quando o Henrique está tranquilo e não quer comer mais, ele começa a bater palmas para dizer que terminou, ou balança a cabeça para dizer que não quer mais e empurra o prato. Mas quando ele quer fazer birra, não tem limite.
Às vezes ele começa a jogar as coisas no chão, ou pior ainda, pega a comida com as mãos e deixa cair quase tudo em cima da roupa ou então pega a comida com a colher e começa a jogar tudo para cima. É um teste para os meus nervos.
Quando ele está assim, chamo a atenção e tiro ele da cadeirinha imediatamente. Não acho engraçado e não dou risada. Mas percebi que se eu ficar muito irritada, e quase sempre fico, ele gosta e acha engraçado. Então fica repetindo o comportamento só para provocar essa reação em mim.
Algumas vezes também ele faz birra quando quer comer algum lanche ao invés de comida. Ele dá escândalo, mas não posso ceder. Digo que é hora de almoçar e não de lanche. Se não quiser a comida, fica sem comer nada. E às vezes ele fica sem comer nada mesmo.
Teve um dia que ele fez uma birra enorme na hora do almoço e foi para a escola sem comer nada. Não estava doente, nem tinha nenhum lanche à vista. Ele não queria comer naquela hora porque queria continuar brincando. Só que lá em casa tem hora para almoçar, se não chegamos atrasados na escola e eu no trabalho. Fiquei muito nervosa.
Nessas horas em que a gente está com os nervos a flor da pele, melhor mesmo é chamar outra pessoa, como a empregada ou a babá. Normalmente os filhos fazem mais birra com a mãe. Quando estou com pouco tempo ou muito irritada, passo a vez para a empregada. Quase sempre ela consegue muito melhor que eu. Mas tem dia que não tem jeito, nem assim funciona.
Precisamos então compreender que uma coisa é respeitar o paladar da criança e a falta de apetite, outra muito diferente é ceder por uma birra. Educar é difícil e exige nosso esforço até na hora da alimentação.
Quando o Henrique era bebê, eu ficava muito preocupada quando ele não comia nada. Agora o rapaz já vai completar 2 anos e precisa entender que hora de comer é hora de comer. No café da manhã e no jantar admito algumas trocas, mas o almoço é refeição sagrada em que só aceito que ele coma comida. Explico que está na hora e se ele não quer sempre ofereço outra opção que ele aceita melhor. Se tiver tempo, aguardo um pouco para ver se a fome aparece. Se mesmo assim ele não quer, paciência. Como me disse uma querida amiga: até hoje nunca se soube de alguém que tenha morrido por pular uma refeição.

sábado, 23 de abril de 2011

As primeiras viagens


Eu e o meu marido adoramos viajar. Quem não adora? Viajar é gostoso desde os preparativos, decidir o local, pegar as dicas com os amigos, ler sobre a cidade e planejar os passeios. Conhecer lugares interessantes e outra cultura, não tem nada melhor. São dias que valem pelo ano todo e marcam a nossa vida. De Pirenópolis a Paris, todos os destinos tem o seu valor.
Quando o Henrique nasceu, mudamos bastante o ritmo. Admiro os casais que levam a vida normal e conseguem viajar com os filhos já no segundo mês de vida, mas nós não fomos assim. Tínhamos receio de tudo e muito desânimo com o trabalho. Pensávamos no trabalho que o Henrique poderia dar no avião e na enorme quantidade de coisas para levar e ficávamos muito desanimados.
Então decidimos viajar pela primeira vez quando o Henrique já tinha um ano e um mês. A experiência foi muito boa, mas falar que a gente aproveitou a viagem, sinceramente não sei. O Henrique ainda não andava bem. Queria mesmo é ficar engatinhando pelo hotel, o que era muito difícil. Praticamente só ficamos no hotel e na praia da frente. O Henrique gostou da piscina, mas só conseguia ficar por meia hora. Não gostou nada do mar. Era um olhando o Henrique e o outro comendo ou andando sozinho.
Na segunda viagem o Henrique já estava com um ano e sete meses. Achamos que seria muito melhor porque ele já andava bem. Não foi nada disso. Já no avião o Henrique começou a dar muito trabalho e olha que levamos até DVD. No hotel nada agradava. Não queria ficar na piscina, nem no mar, dava escândalo no restaurante. O único lugar que ele ficava bem era na brinquedoteca. Ficamos pensando se o problema era o calor e estamos pensando em decidir por um próximo destino que não seja praia.
Esta semana fizemos uma viagem mais curta para visitar a tia Márcia. Pela primeira vez conseguimos relaxar e curtir um pouco mais a viagem. Não fizemos passeios, mas o Henrique deu menos trabalho e parece ter gostado da viagem. Adorou a tia Márcia e fez de tudo para fazer amizade com o au-au da casa. Mostrava os brinquedos para o au-au, dava bom dia e boa noite, mostrava o dodói para o au-au, fazia de tudo para chamar a atenção. Mas o au-au não estava de muito papo. Foi muito engraçado.
No nosso caso, aproveitamos pouco as viagens, mas não desistimos. Viajar com filho pequeno é difícil e requer muita disposição e planejamento. Mesmo assim vale a pena.
Viajar faz parte do desenvolvimento e do amadurecimento da criança. Cada viagem traz novas experiências e também novas conquistas. Na primeira viagem o Henrique aprendeu a cumprimentar as pessoas do hotel e na segunda começou a tomar suco sozinho segurando o copo. Ele também experimenta comidas novas, o que para nós é muito importante.
Cada viagem tem o seu aprendizado. Ainda viajamos pouco, mas sabemos que viajar é indispensável para o nosso convívio como família e também para o desenvolvimento do nosso filho. E ainda precisamos evoluir para viajarmos sozinhos sem o Henrique. Nessa parte, acho que cada casal tem o seu tempo. Ainda não conseguimos deixá-lo. É bom para o casal, quando o casal está preparado para isso. Acho que não devemos sentir culpa e nem cobranças. Tudo tem o seu tempo.

A adaptação na escolinha


Quando o Henrique perdeu o direito de frequentar o berçário do meu trabalho, já tinha decidido colocá-lo em uma escolinha ao invés de deixá-lo em casa com uma babá.
A escola tem muitos pontos positivos. Lá a criança fica sob os cuidados de pessoas que tem capacitação e conhecimento. Não sei como eles conseguem fazer tanta coisa com criança pequena, mas tem aula de música, de artes e de psicomotricidade. A criança se desenvolve e se socializa. Notei que o Henrique começou a falar várias palavras novas. No meu caso também procurei uma opção em que a escola já fornece a alimentação, apesar de que no caso do Henrique isso não é muita vantagem...
A desvantagem é que a criança adoece mais. Já me informaram que a criança que vai a creche ou escola adoece até três vezes mais do que aquela que fica em casa. O Henrique realmente adoece, mas é dentro da normalidade. Quando isso acontece, a vovó fica com ele com muito gosto e por isso fico tranquila.
A adaptação do Henrique não foi fácil, mas foi rápida. Também não fiquei apreensiva porque eu já tinha passado pela experiência do berçário. Sabia que seria muito bom para o Henrique e que ele iria se acostumar, então não tive nenhuma pena em deixá-lo chorando nos primeiros dias.
A adaptação é um período difícil tanto para o bebê como para a mãe. Para a mãe é muito difícil confiar os cuidados do filho a outra pessoa. Ficamos pensando se estão cuidando mesmo direito e se o filho não está passando alguma dificuldade ou sentindo a nossa falta. Para o filho também é difícil principalmente porque é um lugar novo com pessoas que ele não conhece. Eles choram de saudade dos pais, mas também choram para fazer um pouco de manha. Acho que eles choram para ver se a gente desiste de deixá-los lá porque é tão bom ficar com a mãe e o pai.
Quando eu escolhi a escola, comecei a explicar para o Henrique que ele iria para a escolinha porque ele já era grande para ficar no berçário, que o lugar era muito legal e que tinha parquinho, novas tias e amiguinhos. Quando comprei o uniforme, mostrei e expliquei que era para usar na escolinha. A Didi deu a mochila e também fizemos aquela festa. Fui explicando tudo para ele tentar reunir as informações na cabecinha dele, mas lógico que ele não entendeu muito bem o que iria acontecer.
No primeiro dia, ele ficou bem apreensivo e quando o deixei na porta da sala ele agarrou no meu braço e começou a chorar muito. Lógico, coitado, que entendi perfeitamente. Ele não conhecia a escola nem as professoras. A professora titular já tinha me explicado que era para eu deixá-lo assim mesmo e que é pior a gente ficar com pena e demorar demais para sair da sala. Então a gente precisa explicar que ele vai ficar, que a mamãe vai trabalhar e volta depois. E se ficamos com pena eles percebem na hora e tudo fica mais difícil para ambos.
Eu já estava bem preparada, então fiquei muito tranquila. Sabia que essa fase iria passar. Quando fui buscá-lo, a professora disse que ele tinha chorado algumas vezes e que pedia bastante colo.
No segundo dia ele foi mais animado, mas quando viu a escola começou a chorar muito. Então conversei com ele: “Henrique, a mamãe queria muito ficar com você, mas a mamãe tem que trabalhar. E você é grande, não pode mais ir para o trabalho da mamãe porque lá só tem bebê. Então você vai ficar aqui na escolinha enquanto a mamãe trabalha e depois a mamãe vem buscar você”. Ele escutou e parou de chorar na mesma hora, mas ficou com a cara bem triste. Quando chegou na porta da sala, ele começou a chorar de novo, mas deu os braços para a professora e me deu tchau chorando. Parecia que queria dizer: “Tudo bem mamãe, se não tem jeito vou ficar, mas tudo isso é muito triste”.
Então ele ficou chorando todas as vezes na hora que ia deixá-lo mais ou menos por uma semana. Depois parou de chorar, mas não ficava muito feliz. Só que a professora me dizia que logo ele já estava brincando e nem se lembrava mais.
Hoje ele está feliz da vida e ama a escolinha. Adora colocar o uniforme, pega a mochila dele todo feliz e dá tchau para a empregada. No carro, quando ele vê a escola de longe já grita: “Oba!”. Chega na sala me dá beijo e tchau e vai abraçar as três titias. Nunca mais chorou nem pediu para ficar comigo. E quando volto para buscá-lo ele está muito feliz e todo suado de tanto brincar. Então ele vem correndo me abraçar, às vezes tenta me mostrar alguma coisa ou contar algo que fez, abraça e beija todas as titias. Quando vamos embora ele dá “Tau” (tchau) e “Boa oite” (boa noite) para a escolinha.
Seja qual for a opção, escola ou babá, precisamos fazer uma boa escolha e sentir confiança em quem vai cuidar do nosso filho. Temos que conversar e passar segurança para a criança porque ela tem que confiar que estamos fazendo o melhor por ela. Se ficamos com pena e inseguras, a criança percebe e fica ainda mais triste. Entendo que é um período difícil, mas que passa bem rápido e depois só temos alegrias.

sábado, 16 de abril de 2011

Quando um já é o bastante


Penso muito sobre o segundo filho, se vou tê-lo ou não. Não que eu tenha ficado traumatizada com o primeiro filho. Cansada eu fiquei e muito. Mas amo ser mãe, na verdade amo ser a mãe do Henrique. Então me pergunto se só ele já não seria o suficiente.
Não é por causa do aspecto financeiro porque acho que sempre temos como adequar o orçamento dentro do possível. Mas ter um filho só é bem prático. Tem o pai e a mãe para olhar apenas um. Então podemos nos dividir para não sobrecarregar ninguém. Se precisamos sair, basta uma pessoa para dar uma mão. Fico pensando se fossem dois ou mais, seria impossível. Se apenas com um eu mal consigo respirar e fazer algo para mim, imagina com dois! E as brigas e o ciúme entre irmãos são tão estressantes, fico pensando se eu saberia lidar com isso.
Sei que também é muito bom ter irmãos para ter companhia e aprender a dividir. Mas dizer que filho único será sempre mimado e egoísta é algo muito ultrapassado. Acho que não existe regra. Conheço até muitas mães que conseguiram criar dois filhos únicos porque os irmãos não se dão bem e nunca dividiram nada. Aliás pessoas egoístas infelizmente existem aos montes, sejam filhos únicos ou não.
Então parece que quando você fala para alguém se não sabe se terá outro filho, parece que você é um E.T. Devem pensar que estou com depressão, ou sou preguiçosa ou que fiquei traumatizada. Isso também acontece quando alguém diz que vai ter o terceiro filho. Como assim foi planejado, que coragem?!
Por que, então, um só é pouco e três é demais? Por que dois seria o número ideal e perfeito? Na verdade, acho que não existe um ideal. O ideal pode ser um, dois, três, quatro ou até não ter filhos. Conheço alguns casais que fizeram a opção de não tê-los e os admiro bastante. Não podemos ter filho só por cobrança da sociedade. Também não devemos ter um segundo filho só para dar um irmão ao primeiro como se fosse um presente. E o terceiro filho pode sim ser muito desejado.
Algumas pessoas são bem práticas e se programam pelo prazo. Quando o primeiro está com um ou dois anos, engravidam do segundo para a diferença de idade não ser muito grande.
Aquele argumento de que o trabalho é um só, para mim não funciona. O trabalho é o de cada filho separadamente. Cada um exige os seus cuidados. Quem tem dois ou mais, tem o trabalho dobrado ou triplicado. Conheci uma mãe que me disse que ter dois filhos pequenos é como ter cinco, a mãe tem que ter olhos até nas costas. Mas a recompensa também é muito grande.
Então estou esperando Deus tocar o meu coração de mãe para me dizer se ainda cabe nele um outro filho. Assim como desejei tanto engravidar do primeiro, gostaria que o segundo, se ele vier, também seja muito desejado. E se isso demorar um ano, dois, três, quatro ou cinco, será o meu momento. Aí sim será o ideal para mim.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

O desânimo de sair de casa


Tenho algumas amigas que não sofreram modificação quanto à disposição de sair de casa depois que os filhos nasceram. Uma delas me disse que não aguentava ficar em casa nem no primeiro mês. Mas comigo não foi assim.
O Henrique nasceu em junho de 2009 no auge da gripe suína, quando ainda não havia a vacina. Então no início realmente eu tinha pânico de sair de casa por causa da doença. Tinha medo até do ônibus que a empregada pegava todos os dias.
Depois passou essa fase, mesmo assim o desânimo continuou. É que eu sentia um cansaço fora do normal. Sair de casa para mim era um suplício e dava muito mais trabalho para cuidar do Henrique do que em casa, onde tínhamos tudo estruturado, os brinquedos, o berço, o tapete de EVA, a comida. Em casa também um pode cuidar do bebê enquanto o outro descansa um pouco.
À noite então eu pagava para não sair. Imagina chegar em casa tarde e depois ter que levantar de madrugada. Além disso o Henrique acordava de vez às seis horas da manhã e não tirava longas sonecas durante o dia. Então eu só saia quando a data era realmente muito importante: casamento, formatura, aniversário de alguém muito querido.
Lógico que fui julgada. Acharam que era frescura demais, que deveria ter acostumado o Henrique a sair de casa desde cedo e que não devemos deixar de ter a nossa vida normal por causa dos filhos.
Eu não deixava de fazer as coisas por causa do Henrique, mas por mim mesma. Era muito difícil para mim. Sem falar que o Henrique começou a engatinhar aos sete meses e só foi andar bem com 1 ano e 2 meses. Então era uma fase muito trabalhosa e perigosa em que o melhor era mesmo ficar em casa.
O desânimo só começou a melhorar quando o Henrique já estava com 1 ano e 6 meses. O Henrique já dormia um pouco melhor e percebi que a minha energia começou a voltar ao normal. Também ele andava bem, brincava e se interessava por tudo, se divertia muito quando saia de casa, o que me deixou mais animada.
Tenho a plena convicção de que não tive depressão nem síndrome do pânico, mas algo aconteceu em mim e com a minha energia. Expliquei o que estava acontecendo para as avós, minha irmã e os amigos próximos, que me entenderam e iam me visitar sempre. Meu marido também me compreendeu. Apesar de adorar sair de casa, ele respeitou o meu momento. O fundamental nessas horas é encontrar o apoio de quem realmente tem importância para nós.
Agora posso dizer que a fase passou, voltei ao normal. Na verdade estou adorando sair de casa com o Henrique. Ele fica muito feliz e eu também. Espero que não aconteça com você, mas se acontecer não se preocupe, nem fique angustiada pensando que tem algo errado. É uma fase que vai passar um dia.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

A chupeta e as manias na hora de dormir


O Henrique não é desses meninos que fica pendurado na chupeta o dia todo, mas ele gosta muito. E vamos admitir, a chupeta é um santo remédio. Não sei por que tantos pais nem querem tentar para não colocar a “mania” nos filhos.
Tive uma colega, muito disciplinada, que não queria colocar nenhuma mania nos filhos porque ela achava que seria muito difícil de tirar. Então ela não deu chupeta, nem mamadeira e acostumou os filhos a dormirem sozinhos no berço. Era uma meta dela e fico feliz que tenha conseguido.
Só acho que não devemos julgar o que é certo e errado, nem devemos nos martirizar por causa das “manias” dos filhos. O Henrique, por exemplo, só dorme com a chupeta e segurando a fralda de pano. Quando está com sono, ele vai até o quarto dele sozinho, pega a chupeta e o paninho e vem nos avisar. Também damos uma mamadeira antes de dormir para pânico das madrinhas dentistas (Laura - Didi, e Thati). Muito queridas elas me dizem que o papel delas é me orientar, mas sabem que a teoria e a prática são coisas muito diferentes.
O paninho foi uma “mania” colocada pela enfermeira que ficou comigo nos dois primeiros meses, a Dona Marli. Ela me disse que dava a fralda para todos os bebês e que isso era muito bom porque transmitia segurança. Antes de ir embora, ela me pediu que não tirasse a “mania” porque seria uma lembrança dela. Lógico que não vou tirar, que mal faz? E como é bom olhar para o paninho e me lembrar da Dona Marli.
Outro hábito que sempre tivemos na hora de dormir é pegá-lo no colo. Sentamos na cadeira de amamentação que até hoje fica no quarto e ficamos com ele no colo até que adormeça. É tão gostoso. Não acho que acostumar a dormir sozinho no berço deva ser uma obrigação com prazo a ser cumprido. Sempre pensei que um dia ele já ficaria incomodado de dormir no colo por si só, então decidi aproveitar o pouco tempo de colinho. Hoje, com 1 ano e 9 meses, ele já está querendo ir dormir sozinho. Pegamos ele no colo, mas ele aponta para o berço e pede para ir para lá.
Agora que está próximo de completar dois anos, me pergunto quando vou tirar a chupeta. Dizem que depois dos três anos, a chupeta já pode prejudicar os dentes. Então tenho um pouco de tempo. Só sei de uma coisa, quem não está preparada ainda para tirar a chupeta sou eu mesma. Vou deixá-lo ser bebê um pouco mais, qual é o problema? Quem sabe, no final do ano, o Papai Noel não faz uma proposta?
O filho de uma grande amiga minha também era muito apegado na chupeta e ela pensava que seria muito difícil de tirar. Até que um dia, com três anos ou quase isso, ele deu a chupeta para a mãe e disse: “Toma mamãe, eu já sou grande, não preciso mais de chupeta”. Que fofo! Tomara que seja assim com o Henrique também.
Se os filhos não tivessem nenhuma mania e fossem todos iguais, como que em um livro, qual seria a graça? Não teríamos nenhuma boa história para contar. E como já disse uma vez: não tem nenhum hábito ou mania que dure para sempre.

O período do berçário

Quando o Henrique já estava com quase sete meses voltei a trabalhar e o levei comigo para o berçário do meu trabalho onde ele pode ficar até completar um ano e seis meses.
Gostei tanto da experiência e me adaptei tão bem a esta rotina só com uma empregada e creche, além do apoio mais do que necessário das avós, que não procurei babá (não que eu seja contra). Depois o coloquei já no Maternal em uma escola perto de casa pelo período de seis horas com as refeições e banho incluídos.
O período do berçário foi maravilhoso porque pude fazer uma transição suave após o período da licença maternidade em que ficamos 24 horas absorvidas com o bebê e aprender aos poucos a confiar os cuidados a outras pessoas, com a facilidade de estar bem pertinho de mim. Todas as empresas e órgãos públicos deveriam proporcionar este direito à mulher. Lá o Henrique foi muito bem acolhido, cuidado e amado, assim como eu, porque quem cuida do nosso filho, cuida também da gente e da nossa cabeça.
A tia Rebeca, pedagoga, foi então a primeira “professora” do Henrique. Muita carinhosa, competente e dedicada, ela passava até dever de casa e me dava muitas dicas sobre a estimulação. Tinha também a tia Alexandra, que não tinha nenhuma obrigação de cuidar do Henrique, já que trabalhava na coordenação do berçário, mas ele se apaixonou por ela, e vice-versa. Tinha dia que ela até se escondia, se não ele grudava e não queria soltar mais.
Além delas, e de toda a maravilhosa equipe, todas as queridas cuidadoras, muito carinhosas e dedicadas, especialmente a tia Val que adotou o Henrique como filho. Só ela conseguia fazer o Henrique comer, então, quando me ligavam dizendo que o Henrique não tinha comido, eu sempre perguntava se a tia Val já tinha tentado. Se ela já tinha e nem ela tinha conseguido, nem adiantava eu descer. Ela até tentava enganar as nutricionistas para tentar alguma coisa que ele aceitasse comer.
Fiquei sabendo que alguns dias, quando ele não queria comer nada, ele comia o lanche das cuidadoras (biscoito, bolo, pão de queijo,...), olha que safado! Uma vez, a tia Fran falou bem sério: “Henrique, se você comer tudo eu vou te dar um waffle”. Lógico que ele não sabia o que era waffle, mas ele entendeu que era um prêmio, então comeu tudinho e foi atrás dela para cobrar a promessa. O pior é que ela já tinha comido, mas ele não sossegou até que ganhou um biscoito maisena. Também acho que prometeu, tem que cumprir.
Na festa de despedida, junto com os amiguinhos Pedro, Luana e Sara, foi uma choradeira só. Teve até cerimônia de entrega dos diplomas com direito a beca e tudo. Fiquei muito emocionada com a dedicação das meninas. Admiro como elas conseguem fazer o melhor possível com poucos recursos (R$ 20,00 de cada mãe por mês). Lógico que a instituição fornece o espaço físico, o material, a alimentação e os funcionários. Mas com esses R$ 20,00 elas fazem milagre: festinhas, cartões, presentes nas datas comemorativas, mural com fotos, pagam os cursos de aperfeiçoamento das cuidadoras. O mais importante e que não tem preço, é o amor! Que saudade daquele tempo!

segunda-feira, 11 de abril de 2011

A confiança no pediatra

Admiro muito todos aqueles que escolheram a medicina como profissão, o cuidar da saúde e da vida. Mas dois médicos, sem dúvida, são os mais importantes: o obstetra e o pediatra. São eles que cuidam do nosso tesouro e também da nossa mente um pouco perturbada de mãe. Ao obstetra confiamos a nossa saúde e a do nosso filho e temos que ter a confiança absoluta de que ambos estamos protegidos e bem cuidados. O pediatra é tudo isso e muito mais. É quase um segundo pai ou segunda mãe. É também psicólogo e amigo. Eu mesma só fico segura quando a pediatra olha o Henrique e diz que está tudo bem.
Antes mesmo de o Henrique nascer eu já tinha pegado a indicação de vários pediatras, todos excelentes. Mas o que é excelente para uma mãe, pode não ser para outra. Temos que sentir confiança, e confiança é algo muito particular.
O primeiro pediatra que levei o Henrique era muito simpático e experiente. Fiquei com ele por cinco meses. Só que ele era tão tranquilo que não entendia as minhas inquietações de mãe de primeira viagem. Ele sempre dizia que estava tudo bem. Para ele se o Henrique estivesse crescendo estava ótimo, não importava se ele tinha cólica, não dormia direito, se não estava aceitando bem a comida.
Pode parecer piada, mas a minha decisão em mudar de pediatra foi por causa do cocô! É que o Henrique ficou três dias sem fazer cocô, muito incomodado e eu fiquei nervosíssima e precisei ligar. Pode ter mãe que encare com mais tranquilidade e não fique preocupada (agora até sou assim), mas eu precisava de pelo menos uma palavra de atenção e consolo. Então liguei para o pediatra e pude perceber que ele achou um absurdo eu ter ligado por causa disso. Não me deu a mínima atenção. Percebi que eu o estava incomodando e muito.
Então mudei para a Dra. Walquiria, que passou a ser minha terceira mãe (depois da minha e da minha sogra). Encontrei nela, além da experiência, muita paciência, sabedoria e sensibilidade. Para mim, o fundamental é que ela encara o ritmo do desenvolvimento com individualidade. Além disso, nunca parece que estou incomodando. Ela sempre diz: "Telma, se eu não quisesse atender telefonema, não teria escolhido esta profissão, pode me ligar sempre, nem que seja para você ficar mais tranquila".
Na primeira consulta com a Dra. Walquiria, expus toda a dificuldade que eu estava passando com a alimentação do Henrique. Então, muita sábia ela me disse: "Você já começou com a alimentação antes do tempo, não pressione o Henrique, deixa ele comer o que quiser, quando e quanto quiser. Ele só está na fase de experimentar. Não precisa nem fazer comida todos os dias se não estiver a fim. Um dia ele vai comer".
Ela sempre disse também que alguns bebês ficam prontos para a alimentação antes dos outros e que seis meses é só uma média. A curiosidade pela comida é o principal sinal. Tanto que alguns bebês, mesmo pequenos, parecem salivar quando nos vê comendo. Mas o Henrique não era assim. Disse que alguns bebês só querem tomar leite até os nove meses e que não tem problema nenhum nisso, pois um dia eles começam a comer.
Quando eu comentava sobre a quantidade que o Henrique comia, que eu achava pouco porque todos os bebês do berçário comiam o prato todo e o Henrique no máximo a metade, ela me mostrava o gráfico de crescimento do Henrique e me dizia: "Olha como ele cresce bastante e engorda bem, não importa a quantidade que ele come, para ele isso é o suficiente".
A comida amassada ela falou para eu também não me preocupar. Se ele fazia ânsia de vômito era porque ainda não estava preparado. Na greve de fome, ela só ficou um pouco preocupada porque ele perdeu peso. Então me passou um suplemento para colocar na mamadeira só até ele recuperar o peso. Na época, ela também discordava da opinião de deixar o Henrique passar fome. Ela dizia que o Henrique ainda era muito pequeno para isso e que eu deveria dar o que ele aceitasse, e se não aceitasse nada, deveria dar o leite, mesmo que fosse mais de duas vezes por dia. O principal era ele se alimentar para se desenvolver.
Então é isso, precisamos encontrar o pediatra ideal para nós. O ideal é aquele com quem nos sentimos seguras e temos a liberdade de ligar. Fiquei um pouco perdida na época da greve de fome porque me aconselhei com outra pediatra que achava que eu deveria deixar o Henrique com fome. Não existe linha certa ou errada, mas temos que seguir apenas uma. Se não, ficamos muito perdidas.
Hoje estou com a Dra. Walquiria, confio nela e nem quero procurar outra opinião. Recentemente levei o Henrique a um homeopata para fazer uma experiência. Gostei dele, mas não senti a confiança que sinto com a Dra. Walquiria. Fiquei pensando que se o Henrique tivesse qualquer coisa, não teria coragem de ligar para ele, ligaria mesmo para a Dra. Walquiria. Confiança não tem preço, nem receita.

sábado, 9 de abril de 2011

A dieta que nunca tem fim

Como quase toda mulher eu nunca fui gorda, mas sempre me senti assim. Só agora, com muita consciência, posso dizer que no momento estou um pouco gordinha. Mas não foi culpa do Henrique, nem da gravidez. Foi um pouco a idade, um pouco de descuido e também a falta de tempo de fazer exercícios.
Comecei a me sentir gorda desde sempre. Com uns dez anos eu era normal, mas eu tinha uma amiguinha bem magrinha e que não comia direito. Então todas as vezes que eu ia à casa dela, a mãe dela ficava dizendo o quanto eu era "forte", só para ver se a Dani se animava a comer melhor. Para mim, aquilo era o fim. Eu ficava com muita raiva, achava que ela estava me chamando de gorda.
Tinha também outra amiga, a Nani, linda e bem magrinha também. Eu ficava arrasada quando eu ia na casa dela e ela tinha que me emprestar alguma roupa, mas nenhuma servia. Então eu tinha que usar as roupas da Nilza, mãe dela. Como se isso fosse o fim do mundo. A Nilza é uma mulher e uma mãe incrível, hoje ela sabe que sinto o maior orgulho dela e de ter usado suas roupas.
Então minha primeira dieta eu deveria ter mais ou menos uns doze anos. Eu botei na cabeça que era "gorda" e por conta própria eu tirei totalmente o arroz, o pão e os doces.
Desde então já fiz todos os tipos de dieta possíveis. Nunca tomei remédio para emagrecer, mas já tomei diet shake, herba life, já fiz dieta dos pontos, dieta da revista boa forma, dieta de três dias, de uma semana, de quinze dias. Já fiz até a dieta da água (era para tomar 2 litros de água em jejum todos os dias, olha que absurdo) e dieta da sopa. Já fiz dieta com vários nutricionistas e dieta ortomolecular. Já tirei o carboidrato totalmente, ou só à noite. Também já fiz dieta em que você compra todas as comidas e lanches congelados para comer só aquilo. Já tive até a fase de "aprendiz de marombeira" (porque marombeira nunca consegui ser), quando eu malhava mais forte e tomava shake de proteína, L-carnitina, cafeína e aminoácidos.
O fato é que eu sempre quis cuidar da minha saúde, com dieta e exercícios. Mas a meta era sempre muito difícil de atingir. Eu entendia tudo de percentual de gordura e de metabolismo (já fiz até exame para saber como era o meu), mas nunca consegui chegar na meta que eu queria. Eu até me aproximava, mas não conseguia.
Na gravidez eu continuei me cuidando. Relaxei um pouco quanto à quantidade, mas comi muitas frutas e verduras. Me preocupei mesmo foi com a qualidade dos alimentos. Com 5 meses, o obstetra descobriu que eu estava com intolerância à glicose e me assustou muito quanto à diabetes gestacional e o risco para o bebê. Aí fiz a dieta mais séria da minha vida, a risca mesmo, porque eu morria de medo de causar algum dano à saúde do Henrique. No final, engordei 14 quilos. Não era o ideal para o médico, que queria que eu engordasse apenas 9, no máximo 12 quilos, mas fiquei muito feliz. Foi o melhor que pude fazer.
Depois que o Henrique nasceu fiz a dieta para não dar cólica. Tudo o que me falavam que era ruim para cólica, eu não comia. Não sei se adiantou porque o Henrique tinha cólica do mesmo jeito.
Passada a fase das cólicas eu me dei um tempo. Puxa eu estava morrendo de cansaço e ainda tinha que medir as colheradas? Exercício então eu não tinha energia nem para pensar neles, quanto mais para começar algum. E sem essa de que empurrar o carrinho do bebê é exercício físico.
Enquanto eu amamentava não tive problemas. Cheguei a emagrecer tudo no início, depois engordei um pouquinho, mas nada muito drástico. Depois que parei totalmente a amamentação é que foi o problema. Comecei a engordar quase um quilo por mês até que fiquei uns 8 ou 9 quilos acima do peso.
Então comecei a dieta quando o Henrique estava já com 1 ano e 2 meses. Os exercícios começaram quando ele já tinha 1 ano e 4 meses.
Era o tempo que eu precisava para retomar, não a minha vida de antes, porque não tenho mais tanto tempo nem disposição, mas o mínimo para tentar ter uma vida saudável.
Hoje parei de me cobrar o impossível. Se antes eu achava que estava gorda com 60 quilos ou um pouquinho mais, hoje está ótimo. Só não quero é ficar engordando sem parar. E os exercícios faço na medida do possível. Antes eu achava 3 vezes pouco, agora está passando de bom. Tem até semana que nem consigo ir. Aliás, hoje faço questão de nem saber qual é o meu percentual de gordura. Quanta bobagem... O ideal pode ser pesar 50, 60 ou até 70 quilos, depende da pessoa, da sua genética, do seu estilo de vida, do seu humor, do seu tempo disponível.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

A dificuldade na alimentação


Sem dúvida que foi essa parte que mais me fez evoluir como pessoa. Mudei completamente minhas opiniões e pré-conceitos, cobranças e expectativas.
Vou começar falando do meu marido que é um homem cheio de qualidades. Mas no quesito alimentação, ele é muito seletivo. Sempre o critiquei e, lógico, a mãe dele, minha querida sogra que também é a minha mãe do coração. Coitada, ela tinha que levar a culpa, como as mães sempre levam... Se ele não come bem, é porque a mãe não ensinou. Não que ela fosse uma mãe ruim, pelo contrário, ela era boa demais, fazia sempre as vontades dele. Então eu achava que era mimo.
Meu marido só come bife e tem que ser fílé de frango ou filé mignon. Não come qualquer outra parte do frango, não come carne com gordura, nem mal passada, não come peixe nem frutos do mar, não come qualquer carne cozida, quase não comia salada ou legumes antes de me conhecer (depois melhorou um pouco). Se ele não gostar da comida ou não tiver nada do que ele come, ele fica sem comer. Passa fome mesmo.
Então eu me gabava que eu sabia comer direito e de tudo porque a minha mãe me ensinou a comer. Que não tem isso de não querer comer, a gente pode comer qualquer coisa se estiver na hora de comer, não precisa ser o que você adora. Está na hora de comer e é aquilo que tem, está ótimo. Como todas as frutas, verduras e legumes, qualquer tipo de carne, de qualquer jeito. Amo peixe, camarão e comida japonesa (o Júnior não pode nem ver). Pensava então que um dia que eu tivesse um filho ele seria que nem eu porque eu daria o exemplo.

Pensa só na minha sorte, quem que o Henrique puxou?! 
Comer é algo que a gente ensina sim, mas muita calma nessa hora. A gente oferece, insiste um pouco, tenta várias vezes, mas também tem a parte da criança, das suas próprias preferências.

Foi muito difícil. Comecei a dar papinha de fruta e suco de laranja lima com 4 meses. Ele cuspia tudo. O suco eu fazia todos os dias até que depois de 1 mês ele começou a adorar. A fruta nada.
Com a papinha salgada comecei logo depois e foi um pouco melhor. Nas primeiras vezes ele fazia ânsia de vômito. Depois começou a aceitar. Ele comia até bem, mas eu não achava que era bem porque ele nunca comia tudo. É porque o pediatra falava que tinha que comer uns 200 a 250 ml e o Henrique só comia uns 100 ml no máximo. Depois mudei de pediatra e esta, muito mais sábia e sensível, me disse que cada criança precisa de um tanto para comer, se sentir satisfeita e se desenvolver. Para o Henrique sempre foi assim. Ele não precisava comer demais para crescer.
A fruta ele começou a aceitar somente mamão ou manga bem batidos. Depois começou a gostar também de goiaba batida e peneirada. E a sopa foi indo bem até começar o sólido.
O Henrique não sentava numa boa para comer. Ele nunca queria. Parecia que nunca estava com fome e que a comida nunca o atraia. Ele até fazia careta só de ver a comida. Então eu fazia de tudo, cantava, contava histórias, imitava as vozes dos bichinhos, agudas e graves conversando com ele, colocava brinquedos na mesa, dava potinhos com tampa para ele abrir, dava a colher para ele pegar a comida, ensinei ele a dar comida para os bichos para ver se ele animava (era uma colher para o bicho outra para ele)... nossa eu fazia de tudo (só não coloquei ele em frente da televisão nem saia correndo atrás dele com o prato no mão). Mas eu ficava muito frustrada principalmente quando ele praticamente não comia. Para mim era um fracasso, dar a comida, aquele esforço todo, e jogar tudo fora, sem falar na preocupação dele não se desenvolver direito, afinal ainda era um bebê.
Com quase sete meses, voltei a trabalhar e o Henrique foi comigo para o berçário que temos no trabalho. Lá tem nutricionista, pediatra, pedagoga, psicóloga e cuidadoras maravilhosas. Só que com 8 ou 9 meses, os bebês já comiam comida amassada. Menos o Henrique (e a Maria Clara, cuja mãe era minha solidária no desespero, e olha que a Maria Clara já era a terceira filha, sendo que os outros não deram nenhum “problema”).
Quando o Henrique não comia, eu descia para amamentar. Na hora da fruta, eu sempre ia porque ele quase nunca comia. O jantar até ia bem. As cuidadoras tentaram amassar a comida algumas vezes, mas o Henrique resistiu tanto que elas voltaram para a sopa. Até que com 1 ano, ele e a Maria Clara eram os únicos bebês que ainda não comiam comida.
A nutricionista (não precisa nem dizer que ela ainda não é mãe) deu então um “chilique” : Como assim, com 1 ano ainda não come comida? Tem que começar, para desenvolver os dentes, a fala e até o cérebro, e etc.
Aí foi que o Henrique começou a greve de fome. Parou de comer mesmo. Não sei se era birra, mas ele não comia a comida, nem amassada, nem batida, nem sopa, nem nada. Eu já não amamentava mais. Dava só uma mamadeira de noite e outra de manhã. A pediatra do berçário disse para eu não aumentar o leite para ele aprender a comer. Nossa foi uma fase bem difícil, pois o Henrique até emagreceu.
Depois ele começou a comer só arroz. Depois alguns dias ele aceitava o arroz com caldinho de feijão. Depois de muito tempo começou com a carne bem desfiada. Aí ele abandonou o arroz e só queria comer carne... Depois começou a gostar de cenoura e beterraba cozidas no vapor, cortadas em tirinhas. Tinha dia que ele só comia carne, outros só carne e cenoura, outros só cenoura. Depois começou a aceitar macarrão com azeite e ovo mexido que ele adora.
Desenvolvi, então, algumas técnicas. Começo oferecendo o que ele come menos, o arroz e o feijão. Deixo ele comer bastante e só depois coloco a carne. Se eu colocar tudo junto, ele escolhe o que vai comer. Também melhorou muito quando comecei a dar a colher para ele tentar comer sozinho e deixá-lo pegar a comida com as mãos.
Hoje, com 1 ano e 9 meses, ele praticamente come sozinho. Só ajudo um pouco, mas nem sempre ele deixa. Às vezes pede para comer, então não é mais aquele sofrimento. Mas respeito o quanto ele quer comer e também se não quer. Não adianta forçar. O que faço é tentar alguma opção que ele aceita melhor.
Entendi muito bem o que aconteceu com a minha sogra. Filho que não come é uma agonia, então a gente acaba mesmo fazendo o que eles aceitam. Talvez seja um erro, mas é muito estressante fazer todo dia uma comida diferente e jogar fora, sem falar na tortura de deixar o filho passar fome...
Tive então esta grande lição, comer bem é relativo e ser seletivo não é um defeito, é uma característica!
Lá em casa é assim, sempre tem bife, ou de frango ou de carne, arroz, feijão, cenoura ou beterraba cozidas. Às vezes tem algo diferente e sempre coloco no prato do Henrique para quem sabe um dia ele provar e começar a gostar. Aconteceu isso com a berinjela e a vagem. Noto que hoje ele também tem mais curiosidade em experimentar pelo menos. Mas encaro tudo com muito humor, sem expectativas e sem cobranças. Quem sabe a namorada ou esposa do Henrique, no futuro, consiga ensiná-lo a comer salada?!

O sono ou a falta dele


Esse é o único ponto que realmente sinto saudades da época em que não tinha filho. Como é bom dormir aquele sono profundo e não ter hora para acordar no final de semana! Quem sabe um dia poderei novamente acordar domingo lá pelas 10 ou 11 horas da manhã... que sonho!
Depois que a gente tem filho parece que acende um botão interno (SEMPRE ALERTA). Então, mesmo quando o bebê dorme, a gente não dorme direito. É aquele sono leve que não te faz descansar realmente. Aliás, quando a gente consegue dormir 4 horas seguidas, já nos damos por satisfeitas.
O sono noturno e as sonecas do Henrique tiveram um ritmo bem normal. Apesar de achar que ele dormia pouco, hoje percebo que estava bem dentro da normalidade. É que tantas mães me falavam que o bebê dormia a noite toda já com 5 meses e tiravam sonecas de 2 horas durante o dia que eu achava que o Henrique era fora do normal. E quando alguém me perguntava se ele já dormia a noite toda, eu me cobrava e cobrava o Henrique. Também tinham os livros que li sobre a rotina do bebê que me deixaram um pouco frustrada porque o Henrique se recusava a seguir. Hoje percebo claramente que, como em todo o desenvolvimento, eu tinha que respeitar o ritmo do Henrique e quando ele estivesse pronto, dormiria bem, tanto de dia, como de noite.
Quando eu estava grávida li o livro “Os Segredos de uma Encantadora de Bebês” que é muito bom. Ele explica sobre como é importante ter uma rotina para o bebê porque ele se sente seguro se seguimos sempre a mesma ordem das coisas. Mas o problema é que eu incorporei tudo aquilo como verdade sem respeitar e aceitar o ritmo individual.
Então o livro dizia que a rotina tinha que ser sempre de três em três horas: alimentação, atividade, sono e tempo para você. Você alimenta o bebê assim que ele acorda porque ele está com fome, aí segue a atividade (brincar um pouco, dar banho, trocar fralda), depois ele começa a ficar cansado de novo e você desacelera para colocar ele para dormir. E ele deve dormir de 1 hora a 2 horas até o próximo ciclo. Esse seria o tempo que você tem “livre” até a próxima jornada.
O problema é que o Henrique só dormia 30 minutos. Parecia que ele tinha um relógio interno. O que eu faria então para “enrolar” ele até dar as 3 horas? Se eu adiantasse as mamadas, seria pior. Sem falar no meu “suposto tempo livre”, mal dava tempo de tomar um banho...
Foi quando voltei no livro e procurei: “Se o seu bebê não dorme”. Descartando as hipóteses de dor ou desconforto, como cólica e gazes, ela dizia que o bebê estava superestimulado. E que a gente tem que ensinar ele a desacelerar e insistir no sono até ele aprender que tinha que dormir mais. Aí eu pegava o Henrique no colo, balançava, fazia aquele chiado baixinho, enrolava na manta, e balançava, balançava, até que... ele ficava mais irritado ainda e aí que não queria dormir mesmo. Fui ficando muito frustrada. Parecia que a culpa era minha porque eu não conseguia ensinar o Henrique a dormir. Até dei ordem para não tocar a campainha, ou o telefone, ou ligar a televisão, ou abrir as cortinas de casa, ou bater as portas ou fazer qualquer barulho em casa para ver se ele dormia mais. Confesso que fiquei mesmo um pouco neurótica. Mas não tinha jeito.
Foi assim até ele completar uns 8 meses, quando passou a fazer apenas 2 sonecas de 1 hora cada. Depois com pouco mais de 1 ano ele começou a tirar uma soneca maravilhosa de 2 horas. Fiquei no céu de tanta felicidade!!!
Então descartei essa parte do livro que temos que ensinar o bebê a dormir, ele dorme se quiser e estiver cansado. Lógico que sigo mais ou menos uma rotina até hoje de colocá-lo para dormir depois do banho da manhã, antes do almoço, mas não forço mais, nem fico chateada se ele não dormir. Também não é um horário rígido como eu achava que tinha que ser. Observo um pouco o cansaço. Se ele não dormir dou o almoço e o coloco para dormir logo depois. Ou então às vezes apelo para um suco na mamadeira, golpe baixo mesmo que não vai durar para sempre (mas depois eu penso nisso).
Quanto ao sono noturno, finalmente hoje, com 1 ano e 9 meses, ele começou a dormir a noite toda!!! Lógico que pode haver imprevistos, doenças, dente nascendo ou algum desconforto, ou pesadelo, ou até saudade dos pais, mas no geral ele dorme de 21 horas até às 6 horas da manhã. Já estamos no lucro quando vai até seis e meia.
Pois é, assim como esperei ansiosamente por ele dormir a noite toda, estou esperando o dia em que ele vai acordar só às oito ou nove horas da manhã, quem sabe na adolescência...
Mas asseguro que vale a pena ler o livro com essa ressalva que agora tenho para tudo que leio sobre maternidade e educação de filhos: algumas coisas a gente aproveita, outras não.
Na época em que o Henrique acordava de madrugada, não consegui deixar ele chorar, como alguns ensinam. Acho de partir o coração. Se ele acorda e chora, acho que é por algum motivo. Não acho que devemos ignorar o choro. Mas respeito todas as opiniões. Se funcionou bem para quem tentou, acho que é válido. O importante é bebê, mamãe e papai felizes e equilibrados. Também não condeno quem coloca para dormir na cama dos pais, se funciona assim e o casal não se incomoda. Aliás, depois de ser mãe, eu não condeno mais nada. Tenho é muito pena dos pais que tentam de tudo para conseguir um pouco de sossego e sanidade mental. Não tem nenhum hábito ou mania que dure para sempre. Tudo sempre está em constante mudança.

A alegria de ser mãe de um menino


Fico pensando porque quase todas as mães criam tanta expectativa quanto ao sexo do bebê. Eu mesma tinha tanta curiosidade que acabei fazendo o exame de sangue com apenas 9 semanas de gravidez. Então logo descobri que seria mãe do Henrique (o nome já estava escolhido desde a confirmação da gravidez). Eu, com toda aquela minha característica de ser planejada e programada, assim que fiquei grávida, comprei um livro de nomes e já na primeira semana, baseados nos significados e também na conciliação dos gostos, escolhemos o nome Henrique. Henrique quer dizer príncipe poderoso, em alguns livros, em outros quer dizer senhor da casa ou da pátria, porque era muito comum na realeza.
Foi muito bom porque quando a gente descobre o sexo e escolhe o nome do bebê, ele fica mais próximo de nós. Percebi que o vínculo ficou ainda mais forte, porque eu não estava somente grávida, eu já era a mãe do Henrique. Escolher logo um nome foi muito importante para mim, porque o bebê ganhou identidade. Era como se o Henrique sempre fosse da família.
Voltando para a expectativa do sexo, percebo que a maioria das mulheres, mesmo que de forma velada, tem preferência por menina e os homens, por menino. Pura bobagem. Não tem justificativa nenhuma para desejarmos um sexo específico. Algumas mães ficam abobadas com as roupas e adereços femininos, então querem ter uma filha para enfeitá-la. Mas sinceramente querer ter uma filha para brincar de boneca, não é nada razoável. Outras dizem que as filhas são mais companheiras das mães. Também acho bobagem porque isso não é regra. Muitas relações de mãe e filha são complicadíssimas. Outra ideia equivocada é a de que as meninas são mais carinhosas. Os meninos também são, a gente só precisa estimular e mostrar a eles que carinho não é coisa de menina.
Meu filho é muito carinhoso. Desde pequeno ensinamos ele a cumprimentar as pessoas, abraçar e mandar beijo. Ele gosta tanto de beijo e abraço que às vezes aponta para algum lugar do corpo dizendo que está dodói só para a gente dar um beijinho. Aí nós damos e ele já arruma outro dodói em outro lugar para ganhar mais. E ele também abraça os bichos de pelúcia, leva eles para passear no carrinho, dá comidinha na boca deles de mentirinha. Também adora brincar de casinha e panelinhas. Não tenho em casa, mas quando saímos deixo ele explorar o que quiser. Não acho que existe brinquedo de menina e brinquedo de menino. Muitas meninas também amam brincar de carrinho.
Quanto ao quesito roupas e enfeites, eu até prefiro que os meninos sejam mais práticos e sem muita firula. Combina mais comigo. Qualquer camiseta combina com qualquer short. E eles ficam lindos só assim mesmo, não precisam de muita coisa. Para quem gosta de enfeitar, também tem muita opção. Eu gosto mesmo de roupas simples e confortáveis. Mesmo que tivesse menina, acho que seria assim. Menino ou menina eles precisam mesmo é ter liberdade e conforto para brincar.
E a questão de ser companheiro, vai depender boa parte da educação e do nosso estimulo, mas muito mais da personalidade dele. Isso serve tanto para menino como para menina. Ainda é cedo para dizer, mas acho que o Henrique será um ótimo companheiro dos pais. Mas também temos que ter a sabedoria e a compreensão de que o filho não é nosso, ele tem a vida dele e vai chegar uma hora que ele vai sair do nosso mundo para viver o mundo dele. Sinto um aperto no peito de pensar assim, mas é a ordem natural da vida. Eu só peço muito a Deus que eu tenha sempre um lugarzinho no mundinho dele. Enquanto eu sou o mundo dele, quero aproveitar cada minuto porque passa muito rápido.
Então é isso, menino ou menina, ambos são incríveis. Eu amo ser mãe de menino, estou conhecendo este novo mundo, aprendendo e me surpreendendo. Penso que a gente aprende mais com a pessoa em si e as características que lhe são únicas, independentemente do sexo.

A decisão de engravidar


Uma das muitas lições que a vida me ensinou foi a de que a gente não decide engravidar. O que fazemos é simplesmente aumentar ou diminuir as possibilidades. Engravidar é algo divino e acontece na hora que tem que acontecer, seja com ou sem planejamento.
Sempre fui uma pessoa organizada e com a vida bem estruturada e planejada. Eu até me orgulhava de ser assim. Namorei muitos anos antes de casar, casei logo depois de terminar a faculdade e ter um emprego estável, me aperfeiçoei profissionalmente, cursei pós-graduação, fiz muitas viagens com meu marido, esperei a vida financeira melhorar um pouco e sempre preveni a gravidez. A vontade de engravidar só veio depois de muito tempo quando eu já tinha completado 30 anos. Foi quando pensei: é agora, decidi engravidar. Então a vida me deu esta grande lição: a decisão não é minha.
Foram vários meses de tentativas, eu fazia as contas do período fértil, concentrava as relações neste período e nada. Não entendia porque tantas pessoas engravidavam sem querer, às vezes com apenas uma relação. Por que eu que tinha marido e vida planejada e estruturada não conseguia? Foi me dando uma angústia misturada com sentimento de fracasso. Fui a uns três médicos, que me informaram que era normal demorar seis meses, um ano ou até dois para engravidar, que não era necessário fazer nada, só esperar. Então eu argumentava se não era melhor fazer logo alguns exames, só para prevenir se não havia alguma dificuldade. E se eu tivesse algum problema, ou o meu marido, e se não pudéssemos de fato ter um filho?
Para mim era uma angústia porque eu já estava completamente absorvida pela maternidade, só pensava nisso, já estava até lendo livros sobre gravidez e criação de filhos. Várias amigas já tinham engravidado recentemente, algumas com planejamento e outras sem. Então sentia um pouco de inveja delas, por que algumas engravidaram até mesmo sem querer e eu que queria não engravidava?
Fui a um terapeuta japonês que me ajudou muito com tratamento de acupuntura e florais. Fiquei um pouco mais tranquila. Também fui a um especialista em fertilidade que me disse que era muito cedo, mas se fosse para eu ficar mais calma ele já solicitaria alguns exames de sangue. Mas o fundamental foi entregar nas mãos de Deus!
Todos os dias eu rezava, pedindo muito a Deus para ser mãe. Foi quando decidi mudar as minhas orações. Parei de pedir e todos os dias eu falava com Deus assim: “O Senhor já sabe do meu desejo de ser mãe, está nas Tuas Mãos este desejo, então eu peço que o Senhor me ensine a esperar a hora certa, tire as minhas angústias, as minhas dúvidas e as minhas preocupações. Senhor, me prepara para ser mãe na hora que o Senhor planejou para mim!”
Foi assim que aconteceu. Eu até estava com a relação dos exames de sangue. Precisava esperar o dia da menstruação para fazer os exames no dia certo. Então a menstruação não veio. Eu estava grávida!
Este foi um grande ensinamento que eu precisava ter na vida, que nem tudo está no meu controle e no meu planejamento. Na verdade, as coisas que realmente têm importância não estão no nosso controle, principalmente os filhos. Em muitas outras oportunidades como mãe pude perceber isso.
Então aprendi também outras lições, que o fato de o bebê dormir a noite toda, ou de comer bem, ou de andar ou falar cedo, ou de ser uma criança agitada ou tranquila, ou de adoecer muito ou pouco, não dependiam de mim como mãe. É verdade que muitas mães contam isso como vantagem, mas o mérito não é das mães. Não podemos criar expectativas e encará-las como sucesso ou fracasso. Ser mãe sempre será um desafio constante, uma aventura num mundo novo que não está no nosso controle. E justamente porque não está no nosso controle que a maternidade é a experiência mais rica que alguém pode ter na vida.

O objetivo do blog


Sou Telma Degani, mãe de um menino alegre, esperto e charmoso que se chama Henrique, de 2 anos. Não tenho nenhum estudo em psicologia, mas me interesso pelas pessoas e, principalmente, pela relação entre elas, de maneira especial a que se estabelece entre mãe e filho. Essa ligação é sem dúvida a mais forte na vida e já começa antes mesmo dele nascer, se estreita durante a gravidez e se torna eterna após o nascimento. Considero uma dádiva divina ter tido a oportunidade de ter um filho para dividir suas conquistas e descobertas desde pequenino. Com o filho, nasce também a mãe, que sem dúvida é uma mulher especial. A maternidade transforma a mulher para sempre, a deixa mais cansada e preocupada, mas também mais centrada, paciente, tolerante, compreensiva e amorosa. Como mãe a gente aprende a valorizar o que realmente tem importância na vida. Um simples sorriso, uma gracinha, uma tentativa de palavra, um beijo e um abraço carinhoso, só precisamos disso para realmente sermos felizes.
Meu objetivo é dividir minhas experiências como mãe, trocar ideias, desabafar e também registrar fatos e ideias marcantes nessa minha aventura. Também tenho a intenção de mostrar como esta jornada pode ser possível e única para cada mãe e cada filho. O que é ideal e perfeito para uma, pode não ser para outra, com natureza, condições e momentos diferentes. O importante é se cobrar menos, deixar um pouco o controle e o planejamento de lado, aprender a improvisar, ter criatividade, compreender que o possível a ser feito já é o bastante e curtir as características que fazem de cada pessoa um ser único e especial a ser considerado e respeitado como tal. Agradeço muito quem quiser dividir um pouco da sua experiência comigo também.