Meu objetivo não é falar sobre Política. Mas gostei muito do nome escolhido pelo Governo Federal para esse programa habitacional. Expressa muito bem o sentimento dos brasileiros quando o assunto é a casa própria. Todo brasileiro luta para realizar esse sonho. Acredito que todo mundo pode conseguir realizá-lo. Com planejamento, economia e união de forças, principalmente quando há um casal que luta na mesma direção, esse sonho é possível.
Mas quero falar de casa em um sentido mais geral, que é o do nosso lar. Não importa se é próprio, alugado ou emprestado. É o lugar que a gente mora, cuida, ama e valoriza. É o lugar onde somos o que somos, com uma liberdade que só existe lá. Não importa se é pequeno ou grande, novo ou velho, arrumado ou bagunçado. É o melhor lugar do mundo sempre!
Quem tem a sua casa e, por algum motivo, já precisou sair dela, entende bem o que estou falando. A gente sente tanta falta que parece que perde um pouco a identidade. Um pouco de você fica lá na sua casa esperando a sua volta.
Foi o que aconteceu comigo nesses últimos meses. Sai da minha casa para uma reforma, mas parte de mim ficou lá. E por mais que eu tenha sido muito bem acolhida pela minha família, eu estava contando os dias para voltar para casa. No final, eu nem queria que ficasse boa a reforma. Queria que acabasse logo, de qualquer jeito, só para voltar para minha casa.
Quando decidimos fazer uma reforma, sabemos que não vai ser fácil. Se você decidiu reformar ou construir, pode ter certeza que várias coisas vão sair do seu controle e do seu planejamento. Decidiu gastar X, pode ter certeza que gastará XX. Planejou que durará 1 mês, provavelmente levará, no mínimo, 2 meses. Pensou em renovar algo, claro que resolverá trocar quase tudo. Considerou a hipótese de que pode dar algo errado, pode esperar uma infinidade de problemas no decorrer do caminho. Você terá que fazer e refazer até tudo ficar mais ou menos conforme você esperava. E certeza que não ficará completamente perfeito, porque no meio do caminho você precisa improvisar e conformar-se com a falibilidade humana. O maior problema, sem dúvida, sempre será a mão de obra. Não conheço uma pessoa nesse mundo que nunca teve dor de cabeça com pedreiro, marceneiro, eletricista e pintor. Se eles não resolverem te abandonar no meio da obra, considere-se um afortunado, pois isso aconteceu conosco.
Mas superados todos esses obstáculos, sabemos que vale a pena ter o gosto de melhorar o nosso cantinho. Por um momento até nos arrependemos de ter começado essa maratona. Depois olhamos tudo pronto, bonito e novinho, e agradecemos. Agradecemos a Deus pela oportunidade, à família que nos acolheu, aos profissionais que concretizaram nosso sonho (principalmente àqueles que consertaram o que os outros fizeram errado) e, também, a nós mesmos porque sobrevivemos a tudo isso.
Depois de muito estresse e vários problemas, estamos voltando para casa com muita alegria! Já fazem algumas semanas que estávamos anunciando o fim. Fomos adiando uma, duas, três semanas, mas agora estamos mesmo de volta!
O Henrique ficou tão feliz fora de casa que não quer voltar para ela. Ele amou tanto passar esses dias cheios de companhia, amor, brincadeiras e "cocoiate" que nem quer voltar. Precisei contar que havia uma surpresa no quarto dele. "É cocoiate, mamãe?" Não. "É jujuba, mamãe?" Não, não é nada de comer! "Tá bom, mas depois eu queio a casa da vovó e da Didi!" Posso com isso?
Voltamos para casa, olhei bem, pensei e percebi que, aos meus olhos, ficou sim tudo perfeito! Afinal, é a minha casa, minha vida!