sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Homeopatia: coincidência ou milagre?


Um dos assuntos mais polêmicos, em se tratando de saúde, é a eficácia da homeopatia no tratamento médico. A maioria dos médicos sequer considera a homeopatia como medicina. Para os leigos, a opinião diverge entre os que tentaram o tratamento homeopático com êxito, ou não.
No momento de escolher o pediatra, fiquei com dúvida se escolheria um homeopata. Algumas amigas estavam muito satisfeitas com o tratamento homeopático. Na minha opinião, homeopatia até poderia funcionar em alguns casos, mas preferi escolher um alopata para cuidar do Henrique. Primeiro, eu achava que não teria paciência e disciplina para utilizar as gotinhas. Segundo, por falta de experiência, eu questionava a eficácia da homeopatia e pensava se valeria a pena submeter o Henrique a um sofrimento desnecessário antes de intervir com um medicamento.
Os defensores do tratamento homeopático dizem que a alopatia combate a doença, enquanto a homeopatia, a sua causa. Por isso, a homeopatia busca o equilíbrio do corpo para que a pessoa fortaleça a própria imunidade e reaja às doenças.
Existem duas linhas na homeopatia, a unicista e a pluricista. Os unicistas buscam um “remédio de fundo”, baseado na personalidade da pessoa, que é utilizado para o tratamento de qualquer doença. Já os pluricistas tratam cada doença com um medicamento homeopático específico.
Voltando para a alopatia, na minha primeira consulta com a pediatra atual, perguntei o que ela pensava sobre a homeopatia. Ela me respondeu que não acreditava no resultado. Ela achava que em alguns casos funciona porque é o próprio organismo que reage. Principalmente para as crianças, ela acredita ser um sofrimento desnecessário. Melhor aguardar o prazo de recuperação, ou intervir com medicamento, se necessário.
Como o Henrique foi para creche desde bebê, começou a adoecer cedo. Com sete meses teve a primeira virose e desde então era difícil passar um mês sem pegar pelo menos uma gripe. Doenças mais graves, ele teve somente laringite, três vezes, e otite, que tive que tratar com corticoides, bombinha e antibióticos.
No início desde ano, o Henrique teve duas crises respiratórias no mesmo mês que precisei tratar com corticoides. A pediatra sugeriu um tratamento para melhorar a imunidade chamado Singulair Baby. Esse tratamento é indicado no tratamento de asmas, bronquites e gripes ou amigdalites de repetição com ótimos resultados. Resolvi, então, experimentar a homeopatia para aumentar a imunidade do Henrique antes de iniciar o tratamento.
Na consulta com o homeopata, ele examinou o Henrique e, de acordo com o meu relato, ele me informou que o Henrique adoecia pouco para uma criança que frequenta escola. Disse também que três crises de laringite não significava que o Henrique tinha um quadro crônico de asma ou bronquite. Por isso, ele passou um tratamento preventivo para que o Henrique não tivesse mais laringite. Ele passou três medicamentos porque segue a linha dos pluricistas.
Para minha alegria e surpresa, comecei o tratamento em março e, desde então, o Henrique não adoece mais. Teve apenas algumas gripes bem leves que ele reagiu muito rápido. Bem diferente de antes em que as gripes levavam no mínimo uma semana para serem curadas e às vezes acompanhavam tosses horríveis.
Meu marido, ainda mais cético do que eu, adorou o resultado. Outro dia, o Henrique começou a tossir bastante de madrugada, meu marido deu as gotinhas, e o Henrique parou de tossir instantaneamente.
Pode ser coincidência, pois, com dois anos, a imunidade realmente melhora bastante. Mas todas as vezes que o Henrique começa a tossir ou escorrer o nariz, damos as gotinhas e o quadro não evolui. Coincidência, ou não, estamos surpresos e felizes com o resultado da homeopatia. Acho que não custa tentar!
Ainda estou com a pediatra alopata que adoro e confio bastante. Ela está surpresa com a imunidade do Henrique. “Telma, tem certeza, que não fizemos nele o tratamento com o Singulair Baby?” “Não, doutora! Devem ser os dois anos!” Segredo nosso que não vou contar para quem não acredita!

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Método Doman: ensinando o bebê a ler


Nunca tinha ouvido falar sobre o Método Doman. Recebi uma indicação de uma escola nova aqui de Brasília chamada Kingdom Kids, cujo diferencial é a utilização desse método no aprendizado dos bebês e crianças de zero a cinco anos. Fui, então, pesquisar um pouco sobre o assunto.
Pesquisando na internet, encontrei o blog maravilhoso da Ana Júlia: Torne seu filho mais inteligente. Compreendi que o método consiste em ensinar o bebê a ler através de cartões. Não sou formada em psicologia, nem em pedagogia. Apenas sou uma mãe leiga que se interessa sobre estimulação de bebês. Música, livros e brinquedos inteligentes já fazem parte das nossas brincadeiras há muito tempo. Mas ensinar a ler... Para que ensinar o meu filho a ler antes do tempo?
Deixei um comentário no blog da Ana Júlia com algumas perguntas sobre o método, especialmente se desgasta a criança ou prejudica a alfabetização. A Ana Júlia, muito atenciosa, logo me respondeu que o método não desgasta nada a criança, mas somente a mãe que precisa dispor de tempo para fazer os cartões com as palavras e organizar todo o material. Disse também que não atrapalha o processo de alfabetização. Pelo contrário, facilita.
Fiquei curiosa e fui conhecer a escola. O sócio me explicou um pouco sobre o método, que é baseado nos três livros de Glenn Doman: “Como multiplicar a inteligência do seu bebê”, “Como ensinar seu bebê a ler” e “Como ensinar matemática a seu bebê”. Nas aulas de desenvolvimento da inteligência são utilizados os recursos do Método Doman denominados “cards” e “bits de inteligência” relativos ao conteúdo ministrado (conhecimentos gerais, matemática, ciências, línguas estrangeiras, leitura, etc.). A sequência de palavras é apresentada aos bebês e crianças de forma prazerosa. Nada é forçado, mas as crianças ficam curiosas e começam a memorizar as palavras apresentadas. Em pouco tempo já reconhecem as palavras e compreendem o significado, associando a imagem da palavra à imagem do objeto que ela representa.
Segundo o sócio, o método é bastante aplicado nos Estados Unidos, com ótimos resultados, pelas mães que alfabetizam os filhos em casa. Ao ingressarem na escola, essas crianças costumam apresentar um resultado até superior à média dos alunos. Como no Brasil a maioria das mães trabalha fora, não existe o costume de alfabetizar os filhos em casa e as crianças iniciam na escola bem cedo. Por isso, o Método Doman é pouco conhecido por aqui. Algumas mães conheceram os livros de Glenn Doman e aplicam o método com o auxílio de sites, blogs e comunidades reais e virtuais. Elas garantem que o resultado é excelente. Escolas que aplicam o Método Doman ainda são raras: somente em Brasília e São Paulo.
O sócio da escola também me contou sobre a capacidade cerebral do bebê e alertou que devemos aproveitar a oportunidade em que eles estão mais aptos a aprender (zero a seis anos) para estimular o cérebro ao máximo. Com dois anos e quatro meses, o Henrique já está “velho” para começar a ser estimulado pelo método, mas ainda é possível “recuperar o tempo perdido”.
Os defensores do método explicam que a criança só tem capacidade para aprender a escrever por volta dos seis anos devido à coordenação motora. Porém, desde o nascimento o bebê já está apto a aprender a ler. Ler significa ver uma imagem e compreender o seu significado. Por isso, é um erro deixar para ensinar a ler e escrever simultaneamente, somente na fase alfabetização. Para que retardar a leitura por causa da escrita se o bebê já tem capacidade para aprender ? Para eles, acelerar a capacidade de leitura significa fazer com que a criança compreenda melhor o mundo e os seus sinais, facilitando a comunicação.
Gostei bastante da escola e do espaço físico. A proposta também é muito interessante. Acho que as mães de Brasília deveriam passar lá para conhecer a escola. Decidi não mudar o Henrique de escola porque estamos completamente satisfeitos e adaptados à atual. A escola utiliza o método convencional, mas é tradicional aqui em Brasília e fica bem perto da minha casa, o que facilita bastante.
Achei interessante a proposta do Método Doman. Ensinar a ler pode realmente trazer muitos benefícios à criança, estimulando-a a ser mais inteligente e curiosa. Mas inteligência é algo muito subjetivo. Os pais não devem acreditar que o fato de ensinar o filho a ler o tornará brilhante ou superior às outras crianças. Acredito que o fundamental para garantir felicidade e sucesso na vida é a inteligência emocional, que nenhum método ensina. Mais importante do que ensinar o filho a ler é ensiná-lo a ter independência e auto-estima, a organizar as próprias coisas, a prestar atenção nas outras pessoas, ser prestativo e carinhoso, cuidar de um animal, apreciar e respeitar a natureza, e tantas outras coisas.
Vou tentar fazer alguns cartões para variar as brincadeiras. Para quem quiser se informar, a Ana Júlia dá ótimas dicas para aplicar o Método Doman no blog Torne seu filho mais inteligente. Ela aplicou o método em casa e o resultado foi maravilhoso, especialmente no desenvolvimento da fala. Segundo ela, o vocabulário da filha foi aumentando à medida que ela introduzia as palavras nos cartões. Com dois anos, a menina já falava frases inteiras bem complexas.
Gostei muito de aprender um pouco sobre o Método Doman. Se a mãe tem tempo para estimular o filho, acho que deve tentar. Desde que seja prazeroso, é claro! E nada de achar que o filho será melhor do que os outros!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Tias do coração


As meninas já nascem com vontade de cuidar, amar e educar. Todas querem ser mães. Quase todas, em algum momento da infância, sonham em ser professoras quando crescerem. Quando crianças, eu e minha irmã adorávamos brincar de escolinha. A briga sempre era para decidir quem seria a professora.
Algumas meninas crescem, mas ainda continuam com o sonho de criança. Estudam e se formam educadoras. Que profissão linda! Ser educadora é ser mãe de vários anjinhos. Mãe sofre, cansa, preocupa. Mas mãe também dá e recebe muito amor. O mais gratificante de ser mãe é ver nos filhos os valores que lhes ensinamos.
Quanto orgulho devem sentir as professoras de saber que contribuem para o desenvolvimento de tantas crianças.
A primeira professora que tenho lembrança da minha infância foi a do pré, a tia Lúcia, muito querida e carinhosa. Nós, alunos, nos apegamos tanto que nossos pais fizeram um abaixo-assinado para que ela continuasse com a nossa turma na 1ª série. Deu certo e ficamos com a tia Lúcia por dois anos!
Essa é a parte difícil de ser professora. Como deve ser difícil ganhar vários filhos no início do ano e separar deles quando o ano termina... Ser professora é ser mãe com desprendimento. É como cuidar de um passarinho para voar sozinho e vê-lo partir para ganhar novos horizontes.
Mas todo aluno carrega em si um pouquinho de cada professora. O carinho, o cuidado, as brincadeiras, as lições e até a repreensão. Boa professora é aquela que ama e educa. E educar significa impor limites, corrigir e repreender, se for preciso.
Não sei como surgiu o costume de chamar as professoras de tias. Esse título é perfeito! Lembro bem o meu choque e a minha tristeza quando entrei na 5ª série e as tias viraram professoras. A partir desse ano, na minha escola, no primeiro dia de aula os alunos eram orientados (e obrigados) a chamar as educadoras de professoras. Senti que tinha perdido um pouco da minha infância... Professora para mim sempre será tia, tia do coração!
Todo final de ano para mim era uma tristeza. Despedir da professora sempre foi um sofrimento. Sei que faz parte da vida, mas me apego muito às professoras. Continuo assim na vida escolar do Henrique. No ano passado, ele ficou no berçário do meu trabalho e a partida foi muito difícil. Chorei muito ao despedir da tia Rebeca, da tia Alexandra e das cuidadoras. Mas a alegria recomeça no ano seguinte ao conhecer melhor as novas professoras. Este ano ganhamos a tia Alessandra, a tia Chris e a tia Nete. Todas são muito queridas do seu jeito. Algumas são mais sérias e rígidas, outras são mais carinhosas e “moles” com as crianças. Todas cumprem muito bem o seu papel, de tias do nosso coração! Segredo nosso, mas o Henrique este ano se afeiçoou mais à tia Chris. O Henrique é esperto. Gosta mais de quem paparica!
Tias, queridas, parabéns pelo Dia dos Professores! Se pudesse, eu levaria todas para o ano seguinte. Todas vocês sempre terão minha gratidão, meu respeito e meu carinho eternos!

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Dia das Crianças com amor e diversão


O Dia das Crianças é comemorado em datas diferentes de acordo com cada país. No Brasil, o Decreto nº 4.867, de 1924, instituiu o dia 12 de outubro como data oficial para comemoração do Dia das Crianças. Segundo o portal www.brasilescola.com, a data não se tornou uma unanimidade imediata. Somente em 1955, a data começou a ser celebrada a partir de uma campanha de marketing elaborada pela indústria de brinquedos Estrela. O sucesso da campanha atraiu a atenção de outros empresários ligados à indústria de brinquedos.
Desde então, a data ganhou um enfoque distorcido pela mídia e pelo comércio. Propagandas direcionadas ao público infantil criam necessidades, expectativas e frustrações nas crianças. As crianças desejam os produtos anunciados, pressionam os pais e familiares, sentem-se excluídas dos grupos de amigos quando não possuem os mesmos brinquedos.
Sempre me preocupei com o consumismo infantil. As crianças não têm capacidade de discernimento e são facilmente manipuladas pela publicidade. Se os pais não tomarem cuidado, podem estimular nas crianças o materialismo e a superficialidade. As crianças podem crescer com a ideia de que só é feliz e aceito quem tem dinheiro e bens.
Prefiro dar um bom presente no dia do aniversário, cujo significado é mais importante. No Dia das Crianças basta uma lembrança.
Melhor do que presentear é planejar um dia especial com passeios diferentes. Ao invés de presente, já comemorei o Dia das Crianças com meus sobrinhos somente com programas que eles gostavam. Já comemoramos o Dia das Crianças, sem presente, andando de Kart, brincando no Hot Zone do Park Shopping e jogando boliche. Um programa desses pode até ser mais caro do que um presente, mas o valor ultrapassa o sentido material. Mostra à criança a importância de um momento especial em família. Dedicar umas horas e proporcionar momentos de diversão à criança. Isso sim é que significa comemorar com estilo.
Uma amiga teve uma ótima ideia para comemorar o Dia das Crianças no ano passado. Reuniu os familiares e amigos íntimos para uma tarde de lanches e brincadeiras com as crianças. Eles alugaram cama elástica, piscina de bolinhas, pula-pula e organizaram os brinquedos em uma brinquedoteca. Cada adulto levou um lanche, pão de queijo, cachorro quente, pipoca, sorvete... Todo mundo dividiu os custos e o dia foi muito divertido. Sem dúvida, inesquecível para as crianças. Vale mais do que um presente!
Conheço muitos pais que fazem questão de comprar presentes caros. Alguns nem possuem condições financeiras, mas compram no cartão de crédito em inúmeras parcelas para proporcionar essa “alegria” aos filhos. Acho que não estão pensando nos valores que realmente importam. Presente caro não é sinônimo de bom presente. E presente não é sinônimo de amor e felicidade.
Para quem gosta de presentear há muitas opções criativas que agradam. Este ano encomendei para os meus afilhados livros infantis personalizados. Minha intenção é incentivar o gosto pela leitura. Outras ideias que não custam muito e estimulam a inteligência: livros infantis sonoros, CD Criança Feliz, DVDs educativos, quebra-cabeça de madeira, kit de pintura ou desenho, jogo da memória, fantoches, instrumentos musicais como pandeiro, flauta, tambor e xilofone. Na escolinha o Henrique ganhou de Dia das Crianças um jogo de memória de bichinhos feito pelas tias com EVA. Presente artesanal, carinhoso, barato, criativo e inteligente. Adoramos! Outro presente especial este ano foi o cupcake vermelho que a Didi fez para comemorar o Dia das Crianças de véspera. Carinho e capricho: isso sim é presente que tem valor!
Não me preocupo em presentear o Henrique nas datas específicas. Compro o que ele está precisando, independentemente da data. Sem pensar no Dia das Crianças, comprei um jogo completo de roupa de cama na Tok & Stok para a caminha nova. Só falta comprar a cama...
Aos pais cabe decidir o valor material do presente, mas espero que não esqueçam do valor emocional. Mais vale um dia agradável e algumas horas de diversão do que um presente caro.
Para quem é católico, não deixe de frequentar a missa ou, ao menos, faça uma oração pedindo proteção à Nossa Senhora. Diante do apelo comercial da data, poucos se recordam que 12 de outubro é o dia de Nossa Senhora Aparecida. Desejo que Nossa Senhora abençõe nossas famílias, proteja nossas crianças e nos dê sabedoria para educá-las no caminho do bem!

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Fé, saúde e paz


O fato de ter uma vida bem corrida nunca me deixou infeliz. Pelo contrário, sempre me orgulhei de ter muitas responsabilidades. Organizei a rotina e consegui administrar a maternidade, a casa e o trabalho com o apoio do marido, da sogra e da empregada. Salvo um ou outro imprevisto, sempre funcionou. Acostumei a estar fazendo sempre alguma coisa, ou várias ao mesmo tempo, enquanto pensava nas seguintes. Tudo encaixava perfeitamente no planejamento diário. Faltava apenas uma coisa: uma pausa para descanso. E assim fui levando a vida, tentando conciliar filho e trabalho. Sem descanso. Achava que estava fazendo o melhor possível.
Eu já trabalhava bastante antes de engravidar. Quando o Henrique nasceu, tive vontade de reduzir. Deixaria de ocupar um cargo comissionado para trabalhar em horário corrido e ficar mais tempo com meu filho. Mas resolvi esperar o período do berçário, em que podemos levar o bebê para o trabalho até completar 1 ano e meio. O berçário terminou no final do ano passado e permaneceu a dúvida.
Quem me conhece bem sabe que não sou apegada ao dinheiro nem ao status de ter um cargo comissionado. Para mim, continuar desempenhando a mesma função significava apenas uma realização pessoal. O reconhecimento da minha capacidade e a valorização do meu trabalho têm muita importância para a minha auto-estima. Além disso, algo que me deixa frustrada é desistir de qualquer coisa. Quando assumo uma responsabilidade vou até o fim. Nunca abandono nada (exceto a dieta). Curso, livro, filme, mesmo que não esteja gostando, continuo até terminar. Concluir algo que comecei é um compromisso e um desafio. Desistir para mim é difícil porque representa um fracasso. Significa reconhecer que não estou dando conta do recado. Por isso, sempre adiei essa decisão.
Nas minhas orações diárias, sempre peço ao Senhor proteção, orientação e sabedoria. Acredito que Ele me deu um sinal no ano passado de que deveria reduzir o ritmo. Foi quando quebrei os dois pés e tive trombose, precisando ficar afastada do trabalho por 35 dias. Já contei essa história tragicômica aqui.
Recebi um segundo sinal na semana passada. À noite, enquanto estava dirigindo, tive uma sensação de fraqueza e mal estar tão forte que achei que estivesse perdendo os sentidos. Senti um cansaço incomum, dormência e perda de força nas mãos. Taquicardia. Minha visão se perdeu no infinito. A língua começou a enrijecer. Consegui parar o carro. Por sorte meu marido estava comigo. Assim que chegamos em casa, medimos a pressão e estava oscilando bastante. Deixamos o Henrique com a vovó e fomos para o hospital. Nessa hora em que eu ainda estava me sentindo muito mal, eu só pensava na possibilidade de ter um derrame e morrer ou ficar inválida, deixando um filho tão pequeno. Pedi muito ao Senhor que não me deixasse perder a consciência nem me deixasse inválida para que eu cuidasse do meu filho. Enquanto eu esperava o atendimento no hospital assisti pelo celular um vídeo do Henrique correndo no jardim e me emocionei muito. Tive uma percepção clara de que eu estava perdendo o melhor da vida.
Fiz todos os exames e graças a Deus estava tudo normal, somente a glicemia um pouco baixa. A médica do plantão me informou que poderia ser hipoglicemia ou pico de pressão. Algumas amigas que passaram por isso me disseram que esses sintomas são característicos de crise nervosa. Se não tiver cuidado pode evoluir para síndrome do pânico ou depressão.
Então, finalmente, tomei a melhor decisão. Preservar a minha saúde e ganhar mais tempo para mim e o Henrique. Estou em paz e feliz por ter tido a oportunidade de parar enquanto ainda dá tempo. Conversei com o chefe. Ele compreendeu, apoiou minha decisão e, ainda, deixou as portas abertas para o dia em que eu quiser voltar a ocupar o cargo.
Outra decisão que foi necessária para diminuir o estresse foi a de me afastar um pouco dos blogs. Pretendo continuar escrevendo, mas sem obrigação de publicar com muita frequência. Também não estarei participando ativamente dos blogs das amigas. Quem quiser continuar acompanhando, ficarei muito feliz. Termino esse texto com a mensagem de que fé, saúde e paz são os pilares da felicidade que devem guiar todas as nossas decisões. No último texto terminei escrevendo: “sempre é tempo de mudar”. E por causa de um susto ou de um sinal divino decidi mudar. Compreendi a importância do lema de uma amiga querida: vida simples, vivida em paz!