Vinte e cinco (25) de maio é o Dia Nacional da Adoção. A data é comemorada no Brasil há nove anos. Foi na semana passada, mas ainda é tempo de falar sobre esse tema tão importante. No meu trabalho, foi feita uma campanha para conscientizar a todos sobre a importância da adoção. Então, divulgaram a dura estatística aqui do Distrito Federal, onde a maior parte dos 164 meninos e meninas habilitados para ganhar uma família está na faixa etária acima de seis anos. Entretanto, das 343 famílias dispostas a adotar, 94% querem uma criança entre 0 e 2 anos de idade. Ou seja, as esperanças de ambos os lados se perdem, e o problema fica sem solução. Em todo o Brasil, cerca de 4,6 mil crianças aguardam na fila para serem adotadas. O dado é do Cadastro Nacional de Adoção, do Conselho Nacional de Justiça, que também revela o perfil de quem aguarda por uma família.
Inspirada pelo tema, resolvi contar a linda história de amor da minha cunhada, com o consentimento dela é claro. Ela já tinha dois meninos praticamente adultos, filhos de sangue, mas o sonho dela sempre foi ter uma menina. Ela desejava tanto essa menina que sempre tinha sonhos em que Deus tirava uma menina da barriga dela e a dava nos braços.
Pouco tempo atrás, ela tomou a decisão de adotar, e não tinha escolhido o sexo. O marido disse que concordava desde que fosse uma menina para que assim ela pudesse realizar aquele sonho. Foram os dois então para a lista de espera de adotar um bebê do sexo feminino.
Como relatei, adotar um bebê é muito difícil, é o que todo mundo quer. Nunca chegava a vez da minha cunhada... Nessas idas e vindas, ela conheceu Isadora e se apaixonou. Era uma menina linda, doce, esperta e encantadora com três anos de idade. Aí começou a luta para adotar Isadora.
O juiz autorizou o início do processo de adoção, desde que minha cunhada adotasse, também, o irmão da Isadora, o Vitor que estava com 4 anos. Sabiamente, o juiz não queria separar os irmãos.
O coração da minha cunhada foi grande. Ela queria mais um filho, e acabou encontrando espaço para mais dois. A Isadora e o Vitor já estão com 5 e 6 anos, respectivamente. Os dois são a alegria da casa e da família! Posso dizer que não há diferença nenhuma entre eles e os outros filhos. São filhos tão amados como os filhos de sangue. São, também, primos, sobrinhos e netos da mesma forma e tão amados como os demais da família.
Minha cunhada está realizada por ter sua menina, sua companheira na vaidade, nas aulas de balé, nos papos de mulher. Sempre diz que a Isadora é tão parecida com ela que nem parece não ter saído da barriga!
Os olhos brilham quando ela fala da Isadora e do Vitor. Ambos são a razão de viver do casal! Já na maturidade, ela encontrou esse amor tão puro dos filhos do coração e voltou a viver a maternidade com uma alegria que dá gosto de ver.
A Isadora e o Vitor sabem que são filhos do coração e sentem que são amados como os outros. Só que, às vezes, bate aquela curiosidade de criança, e eles começam a perguntar para todo mundo quem é filho da barriga e quem é filho do coração.
Quando falamos em adoção, pensamos que o casal que adota é corajoso e está fazendo uma caridade. Não é assim: o amor e a doação são recíprocos. Assim como o casal beneficia e ama a criança, a criança retribui com mais amor e preenche a vida daquele casal.
Muitas pessoas nunca pensaram seriamente sobre o assunto. Só quando acompanhamos de perto uma história de adoção é que podemos presenciar essa linda relação de afeto, de compromisso, de troca, a construção do amor dos filhos do coração. Para mim a mãe que adota tem o maior coração de todos. Ela faz uma escolha e resolve construir o amor por causa de um sonho, de uma espera, de uma decisão de ser feliz e fazer alguém feliz. Uma história emocionante e linda de viver!