Sou do tipo de mãe que gosta de falar abertamente sobre as dificuldades da maternidade e, para isso, devemos admitir que nossos filhos são únicos em termos de desenvolvimento e personalidade.
Nesta semana fui à primeira reunião de pais e mestres da escolinha do Henrique. Pode ser apenas o Maternal I, mas já é o início da vida escolar. Então fiz questão de participar para ter o primeiro feedback da escola.
No dia anterior ao da reunião, a professora entregou a pasta de atividades da aula de artes. Fiquei muito emocionada com os trabalhinhos. Lógico que são só rabiscos, mas são rabiscos maravilhosos de tinta, giz de cera, lápis com purpurina em cima, colagem de areia e papel e várias mãozinhas de tinta. Não sei como a professora consegue variar tanto. Para mim não tem diferença nenhuma daquelas exposições famosas nos museus de arte moderna. Elogiei muito o Henrique e disse que ele estava parecendo o Mister Maker. Ele ficou todo orgulhoso e feliz.
Na reunião a professora entregou a avaliação do 1º bimestre, ou seja, o primeiro boletim do Henrique. Eram duas páginas de itens e a avaliação era S (sempre), AV (às vezes) e N (nunca). Não lembro de todos os itens, mas o Henrique ganhou S em quase tudo e AV em alguns itens.
Na parte motora ele ganhou S em tudo: anda sozinho com segurança, corre com segurança, anda na ponta dos pés, fica de cócoras, sobe e desce escadas, e outros que não lembro. Também ganhou S nos seguintes itens: come sozinho, toma suco no copo sozinho sem derramar, diz não, imita os gestos dos adultos, se reconhece no espelho, interage com os amiguinhos, demonstra afeto pelas pessoas, participa das atividades.
Os itens que me lembro que ele ganhou AV: fala algumas palavras, tenta emendar as sílabas, tenta dizer os nomes dos coleguinhas e o próprio nome, chora quando é repreendido, se concentra nas atividades mais demoradas.
A professora me disse que o Henrique está muito bem no desenvolvimento e que mesmo nesses itens em que ele recebeu AV está tudo dentro do esperado. Ela me disse que nessa idade ainda não se exige que a criança se concentre por muito tempo, o importante é que ele participa das atividades.
Ela disse que ele interage bem com os outros amiguinhos, mas que essa fase ainda é individualista, ou seja, eles brincam mais sozinhos e não gostam de emprestar os brinquedos. Daí a importância do “Dia do Brinquedo” (sexta-feira), cujo maior objetivo é dividir: quer o brinquedo do coleguinha, então empresta o seu também.
A fala também está dentro do esperado. Alguns amiguinhos já falam tudo, principalmente as meninas. Mas ele já tenta dizer várias palavras, então está tudo normal. Ela só me orientou a estimularmos ele a dizer o nome das coisas e não entregar tudo na mão dele só com um “ ã ”.
Também ganhou elogio: o Henrique é muito carinhoso e adorar cumprimentar as pessoas. Na chegada e na saída ele sempre fala “oi” e “tau”, abraça e dá um beijo nas tias. E ele faz questão que a pessoa responda, olhando para ele. Não adianta dizer “oi”, se a pessoa não olha para ele, ele vai até lá para ter atenção até a pessoa olhar e dizer um “oi” direito. Ele é assim desde bebê, adora receber e dar atenção às pessoas. Quando ele ainda não falava “oi” e “tau”, ele fazia isso com os olhos e o sorriso e se alguém saísse sem despedir dele, ele sempre chorava.
O ponto que ele mais precisa melhorar é a manha. O Henrique quer conseguir tudo com manha. Quando ganha um “não” ele não se conforma e chora. São três tias e quando uma repreende ele vai chorando até a outra para receber um consolo e se esta não atende, ele não se conforma e vai até a terceira. Ele não desiste, recorre mesmo em todos os graus de jurisdição (quem é da área do Direito me entende).
Então a professora me orientou que devemos ser muito firmes na repreensão e não devemos ceder nunca quando dizemos um “não”. Caso contrário ele sempre vai achar que consegue tudo o que ele quer. Também não é correto quando alguém repreende e outra pessoa o pega no colo porque ele está chorando.
Gostei muito de saber que meu filho tem pontos fortes e pontos em que ele precisa melhorar. E para ele melhorar, também precisamos melhorar como pais e corrigirmos algumas atitudes na educação. A escola auxilia muito a esse respeito. Adorei receber essa primeira avaliação porque posso identificar melhor a forma de agir. Sempre estamos em busca do aperfeiçoamento e em termos de filho precisamos estar sempre revendo nossas atitudes.
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