terça-feira, 31 de maio de 2011

Os filhos que nascem do coração


Vinte e cinco (25) de maio é o Dia Nacional da Adoção. A data é comemorada no Brasil há nove anos. Foi na semana passada, mas ainda é tempo de falar sobre esse tema tão importante. No meu trabalho, foi feita uma campanha para conscientizar a todos sobre a importância da adoção. Então, divulgaram a dura estatística aqui do Distrito Federal, onde a maior parte dos 164 meninos e meninas habilitados para ganhar uma família está na faixa etária acima de seis anos. Entretanto, das 343 famílias dispostas a adotar, 94% querem uma criança entre 0 e 2 anos de idade. Ou seja, as esperanças de ambos os lados se perdem, e o problema fica sem solução. Em todo o Brasil, cerca de 4,6 mil crianças aguardam na fila para serem adotadas. O dado é do Cadastro Nacional de Adoção, do Conselho Nacional de Justiça, que também revela o perfil de quem aguarda por uma família.

Inspirada pelo tema, resolvi contar a linda história de amor da minha cunhada, com o consentimento dela é claro. Ela já tinha dois meninos praticamente adultos, filhos de sangue, mas o sonho dela sempre foi ter uma menina. Ela desejava tanto essa menina que sempre tinha sonhos em que Deus tirava uma menina da barriga dela e a dava nos braços.
Pouco tempo atrás, ela tomou a decisão de adotar, e não tinha escolhido o sexo. O marido disse que concordava desde que fosse uma menina para que assim ela pudesse realizar aquele sonho. Foram os dois então para a lista de espera de adotar um bebê do sexo feminino.
Como relatei, adotar um bebê é muito difícil, é o que todo mundo quer. Nunca chegava a vez da minha cunhada... Nessas idas e vindas, ela conheceu Isadora e se apaixonou. Era uma menina linda, doce, esperta e encantadora com três anos de idade. Aí começou a luta para adotar Isadora.
O juiz autorizou o início do processo de adoção, desde que minha cunhada adotasse, também, o irmão da Isadora, o Vitor que estava com 4 anos. Sabiamente, o juiz não queria separar os irmãos.
O coração da minha cunhada foi grande. Ela queria mais um filho, e acabou encontrando espaço para mais dois. A Isadora e o Vitor já estão com 5 e 6 anos, respectivamente. Os dois são a alegria da casa e da família! Posso dizer que não há diferença nenhuma entre eles e os outros filhos. São filhos tão amados como os filhos de sangue. São, também, primos, sobrinhos e netos da mesma forma e tão amados como os demais da família.
Minha cunhada está realizada por ter sua menina, sua companheira na vaidade, nas aulas de balé, nos papos de mulher. Sempre diz que a Isadora é tão parecida com ela que nem parece não ter saído da barriga!
Os olhos brilham quando ela fala da Isadora e do Vitor. Ambos são a razão de viver do casal! Já na maturidade, ela encontrou esse amor tão puro dos filhos do coração e voltou a viver a maternidade com uma alegria que dá gosto de ver.
A Isadora e o Vitor sabem que são filhos do coração e sentem que são amados como os outros. Só que, às vezes, bate aquela curiosidade de criança, e eles começam a perguntar para todo mundo quem é filho da barriga e quem é filho do coração.

Quando falamos em adoção, pensamos que o casal que adota é corajoso e está fazendo uma caridade. Não é assim: o amor e a doação são recíprocos. Assim como o casal beneficia e ama a criança, a criança retribui com mais amor e preenche a vida daquele casal.
Muitas pessoas nunca pensaram seriamente sobre o assunto. Só quando acompanhamos de perto uma história de adoção é que podemos presenciar essa linda relação de afeto, de compromisso, de troca, a construção do amor dos filhos do coração. Para mim a mãe que adota tem o maior coração de todos. Ela faz uma escolha e resolve construir o amor por causa de um sonho, de uma espera, de uma decisão de ser feliz e fazer alguém feliz. Uma história emocionante e linda de viver!

5 comentários:

Angi disse...

Telminha!
Estou a fazer o almoço, e os olhos cheios da agua, e não é cebola!
Guria, tu tinha me contado essa história, é muito linda mesmo!
Que sorte da sua cunhada, e que sorte dos filhos dela!
Porque para mim o que importa é nascer do coração, se for do coração e barriga, ou só do coração, porque o que se vê muito é nascendo da barriga e não tendo o menor coração!
Parabéns a sua cunhada, e parabéns a ti, pois conseguiu botar a história na telinha de uma maneira linda!
BEIJOS
Angi

Angi disse...

Sua linda, vi agora o seu recadinho para Marcella, e se ganhares dará de presente pro Tonico!
valeu,linda!que carinho bom!
beijos

Capivarando disse...

adorei a postagem....

ROSANA REIS disse...

Cunhada, obrigada por contar nossa história tão lindamente! Quero registrar aqui que nos sentimos seres muitos privilegiados e escolhdos por Deus, com a oportunidade única de mudar o destino dos nossos filhos. O que nos deixa imensamente felizes é o fato de , apesar de ter sido uma escolha só nossa, nossa família, como você disse, deu a eles irmãos, primos, tios, avós, enfim, todos os laços familiares que uma criança tem direito e os amam verdadeiramente. Em especial a vovó Conceição que, desde o início, derramou muito amor sobre meus filhos. Não é fácil, como não foi fácil com meus outros dois filhos, mas é imensamente prazeroso.
Conto pra eles que um dia estava dormindo e Jesus veio me dizer que eu precisava ir buscar meus filhos Vitor e Isadora que estavam me esperando lá no "abrigo" (assim é que lembram do lugar oinde moravam) e, pra falar a verdade, foi mais ou menos assim mesmo: Jesus tocou meu coração e senti que precisava fazer algo por alguém porque a única coisa que levamos desta vida é o amor que plantamos no coração das pessoas e é este amor que plantamos todos os dias no coração dos nossos pequeninos. Um beijo e, mais uma vez, obrigada.

Unknown disse...

Oiii, enconttrei seu blog no blog da Jana mãe de Guilherme e adorei...
já estou seguindo, se filho é lindo...
beijos