quinta-feira, 23 de junho de 2011

Meu filho não come!


Já escrevi sobre os meus apuros na alimentação nos posts A dificuldade na alimentação e A birra na hora de comer. Antes de introduzir a alimentação, eu tinha uma expectativa de que comer era algo descomplicado. Bastava fazer a comida, colocar na colher e meu filho abriria a boca. Simples assim. Mas não foi... Fiquei frustrada, impaciente e preocupada porque meu filho não aceitava a comida e poderia não se desenvolver. Alimentar o filho é algo instintivo para qualquer mãe. Quando o filho não come, a mãe sofre. Só quem passou por isso pode entender...
Com o tempo, adquiri paciência e bom humor. Aceitei que o meu filho é seletivo e aprendi a respeitar suas preferências ou sua falta de apetite. Ao longo desse período, me informei bastante e troquei experiências. Mas o que mais me ajudou foi a prática do “henriquês”, porque cada criança é única!
Um dia desses, conversei com a nutricionista da escola sobre a alimentação do Henrique. Ela me deu algumas dicas que quero repassar para vocês junto com outras que aprendi ao longo do tempo.

· Respeitar o direito da criança ter preferências e aversões: o paladar é algo muito individual e subjetivo. Além disso, ele muda bastante ao longo do tempo. Um dia a criança não suporta determinado alimento, em outro começa a gostar, e vice-versa. O mais importante é evitar o desespero, o uso da força, a insistência, a ameaça, a chantagem emocional, a imposição dos alimentos. Esses fatores agravam ainda mais a recusa alimentar.

· A nutricionista me disse que o paladar se forma até os 4 anos. Precisamos respeitar a criança, mas nunca acomodar ou desistir. Quanto maior a opção de alimentos oferecida à criança, mais ela terá a chance de adquirir o hábito de uma alimentação rica, nutritiva e variada. Forçar nunca, mas oferecer alimentos novos sempre! Portanto, resta esperança!

· Muito importante para crianças que não comem bem é oferecer os alimentos em quantidades pequenas. Isso a encoraja a comer. Quando a criança não aceita bem a comida e vê aquele prato cheio, ela desanima ainda mais. Aí que não come nada mesmo. Se, por outro lado, ela vê que só tem um pouquinho, pensa que pode ser interessante experimentar, pelo menos.

· Nunca forçar, ameaçar, punir ou obrigar a criança a comer. Também nunca oferecer recompensas e agrados. Essas atitudes reforçam ainda mais a recusa alimentar e desgastam a relação entre pais e filhos.

· Não utilizar subterfúgios, tais como o famoso "aviãozinho” ou “trenzinho", visto que tais atitudes desviam a atenção e comprometem a percepção dos alimentos. Nesse ponto, vou falar da prática: nunca forcei o Henrique a comer, mas confesso que utilizei vários artifícios. Eu fazia teatrinho, cantava, encenava, colocava brinquedos na mesa, dava comida para os bichos, dava papel para desenhar... Infelizmente, faço isso até hoje. Se não faço isso, o Henrique praticamente não come nada, nem aceita sentar na cadeira. Não sei se coloquei um mau hábito e se um dia ele vai sentar sozinho para comer na santa paz, mas confesso que vou pensar nisso depois. O importante no momento é que ele coma. Aqui vale a sabedoria popular: “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”.

· Não demonstrar irritação ou ansiedade no momento da recusa. A criança deve sentir-se confortável no momento da refeição. Pode ter certeza que até os bebês de seis meses percebem quando a mãe fica nervosa ou frustrada. Aí a hora da alimentação sempre será um momento de tensão. Se a mãe fica muito estressada, é melhor chamar outra pessoa para dar a comida.

· Estabelecer o tempo de duração e os horários das refeições, evitando a oferta de alimentos a todo o momento. O horário não precisa ser cronometrado no relógio. Mas é bom ter mais ou menos um limite. Tento por uma hora. Se ele não quer, ofereço alguma opção que ele aceita melhor. Se ainda assim não aceita, paciência, melhor esperar a próxima refeição.

· Apresentar os pratos de maneira agradável, com textura própria para a idade, evitando a monotonia alimentar. Esse fator interfere de modo significativo na formação do habito alimentar da criança.

· Durante a refeição, o ambiente deve ser agradável e silencioso. A presença de ruídos distrai e perturba a criança. No caso do Henrique, observei também que é melhor ele comer sozinho na cozinha com a porta fechada, com apenas uma pessoa dando a comida.

· Quando a criança já tem um pouco de coordenação motora, ajuda bastante deixá-la mexer na comida com a colherzinha ou as mãos. Pode fazer uma bagunça, mas é muito prazeroso para a criança descobrir o sabor dos alimentos com as próprias mãos.

· Comer na frente da criança também é interessante. Desperta a curiosidade. Faço isso sempre. O Henrique fica olhando e pergunto se ele quer experimentar. Quase sempre ele diz: “Não! É da mamãe!” Mas, às vezes, funciona. Quando ele não quer, também o incentivo a dar a comida para o papai, ou a mamãe, ou quem estiver perto. Falo assim: "Não quer, Henrique, mas o papai quer. Vá até lá e leva para ele!" Às vezes, no meio do caminho ele resolve experimentar. Ou então faço assim: "Dá um para a vovó! Agora esse é do Henrique!" Quase sempre dá certo!

· Deixar as crianças maiores participarem durante o preparo dos alimentos e a montagem do prato, desde que em segurança claro. Essa atitude as incentivam a comer e as estimulam a participar das tarefas domésticas.

· Respeitar as oscilações passageiras do apetite, as quais ocorrem normalmente em todos os indivíduos. Pode ser uma doença, um mal-estar, ou simplesmente inapetência naquele dia específico.

· Não disfarçar os alimentos para que a criança saiba o que está comendo. Isso favorece o aprendizado e a identificação de texturas e sabores.

· Para as crianças que ingerem grandes quantidades de leite ou suco, deve-se diminuir o volume e a frequência perto do horário das refeições, uma vez que líquidos suprem a sensação de fome.

· Quando a criança cresce um pouco mais, é importante que os pais não a deixe escolher o que e quando comer. O ideal é que ela siga a rotina da casa. Só acho que devemos respeitar que nem todo mundo quer comer a mesma coisa. Então, se quiser comer algo diferente, tudo bem. Para mim, só não vale comer lanche no horário do almoço. No lanche, também ofereço sempre uma fruta primeiro, mas se ele não aceitar me conformo com “bicoitim” e “danonim”. O importante é comer e ser feliz!

Cada mãe desenvolve sua própria maneira de contornar a situação. Nada melhor do que a observação, a prática e o método de tentativa, com erros e acertos. Mas receber alguma dica pode funcionar. Pelo menos, a experiência de alguém pode trazer algum conforto de que as coisas não são difíceis só para a gente...

10 comentários:

Charme Papeteria disse...

amiga, tb to com esse problema aqui em casa. e o pior q aqui sao duas, hahahah
a mais velha n quer saber de comer comida tb, só quer saber de ''gute noninho'' (danoninho), biscoito, frutas só quer melancia, banana e maça, no almoço só quer macarrao, ou ''só arroz'' sem +nda no prato, ou batata e couve flor, as vezes rola um chuchu...
e a caçula ta iniciando as papinhas mas n ta se agradando mt n,
enfim, o jeito é ter paciencia, n forçar e esperar essa fase passar!!

Telma disse...

Line, aproveitando que você passou aqui, quero te dizer que não consigo comentar em seu blog... Muda a configuração para aceitar anônimo e colocar janela pop-up!
Boa sorte com a alimentação das meninas! É muito dificil e estressante! Só quem passa por isso como a gente para entender...
Beijão.

Angi disse...

Oii
que ótimas dicas, graças a Deus o Antonio é super bom de garfo, come de tudo, e uns pratos quase iguais aos meus, é que eu como um monte, mas se comesse como moçinha seria igual!rs
O importante é comer mesmo, eu não dou danoninho ainda ao menos, mas bato um iogurte natural com banana, com mamão, e aveia, e ele adora! =]
Bicoitim, eu dou de vez em quando o de polvilho para os dentins...=]
super beijos!
ÓTIMO FERIADIN...
BJS NA FAMILY

Dani ♡ disse...

Oi, tenho uma garotinha de 5 anos, logo quando iniciei as primeiras comidinhas ela comia tudinho bem direitinho. Mas hoje? Ah, dá um trabalhão horrivel...come uns pingos.
Passo por esse dilema!! Cansa, demais. Mas faço de tudo pra ela querer comer. E tudo o que mastiga, vale neh!
Bjus.
Gostei do post!
Bom Feriado.
bjos.

*estou te seguindo!
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MÃE DO GUI disse...

Telma,

Já conversou com o medico?
Crianças tem fases mesmo, o Gui come super bem, ams tem dias que não quer comer em determinados momentos.
Já experimentou mudar horários e o tipo de alimentos?

Bjo e bom São João

Jana

Angi disse...

Telma,
somos muito parecidas, por isso nos emocionamos com coisas que hoje em dia não tem muita importância na vida de outras pessoas...
Por isso digo e repito, quem tem amigo tem TUDO,
obrigada de coração por ser minha amiga!
beijos

Anônimo disse...

Telma, tenta a tética da tia Gilka. Quando algum sobrinho não queria comer, ela oferecia 1 (uma) vez só e se acriança continuasse com aquela carinha torta e enjoada, ela pegava o prato da criança e comia tudo na frente dela. Era divertido, as crianças ficavam passadas, choravam, mandavam ela parar de comer e ela ia até o fim. Aí depois ela dizia: se quiser comer, agora espera até o jantar!

Todo mundo que foi alimentado pela tia Gilka engordou...

Beijos da sua irmã "meia" nazista,
Marcia.

Telma disse...

Marcia, adorei a técnica da Tia Gilka! Nem lembrava mais! Sabe, até 2 anos, não quis fazer nenhum tratamento de choque. A pediatra sempre me disse para não deixar passar fome nessa fase, pois é muito importante crescer e engordar até 2 anos. Mas agora já está rapaz! Vou precisar fazer tratamento de choque sim algumas vezes! E adoro seus palpites viu! Beijão.
(Henrique lembra da titi sim!)

claudia disse...

te nho uma filha de 2anos e 3mese que esta me dando muito trabalho p/comer tenho que fazer um circo p/ela comer e quando come umas 4colherinha e o pior que ela tem peso baixo 9600kg e 76cm fico preocupadissima ela so toma leite de manha pois nao e chegada a tomar leite

Telma disse...

Cláudia, sei como é difícil! Mas asseguro que é uma fase que melhora. Hoje o Henrique nao come de tudo, mas o que come é suficiente . Melhorou horrores. Já que sua filha está com baixo peso, melhor ver o que o pediatra recomenda. Talvez seja o caso de entrar com complemento nesse leite que ela toma, mesmo que seja só uma vez por dia. Espero que as coisas melhorem logo!