A Folha divulgou recentemente uma matéria sobre a natação para bebês menores de 12 meses. Segundo um estudo realizado na Bélgica, a natação não é recomendável para bebês com menos de um ano porque eles são vulneráveis e mais sujeitos a infecções, com mucosas muito reativas e pulmões imaturos. Os especialistas belgas advertem que as mesmas vantagens da natação - tanto físicas quanto afetivas - podem ser obtidas com um simples banho. Leia a matéria AQUI.
Achei muito interessante esse estudo e decidi compartilhar com vocês a minha experiência com a natação. Aprendi a nadar já no final da adolescência por recomendação de ortopedista. Logo que aprendi o básico me apaixonei pelo esporte. É um exercício completo, ao mesmo tempo vigoroso e relaxante. Gosto muito porque funciona como uma terapia.
Na infância, aprender a nadar, além dos benefícios já conhecidos, é uma questão de sobrevivência. Gostando, ou não, a criança precisa aprender. A vantagem de colocar bem cedo na natação é que a criança provavelmente não terá nenhuma resistência a gostar da água.
As academias costumam oferecer a natação para bebês a partir de 6 meses. Eu não conhecia nenhum estudo desfavorável, mas meu instinto materno resistiu. A ideia de mergulhar um bebê ainda pequeno dentro da piscina não me agradava. Será que faz tão bem assim? Será que ele vai adoecer mais? Será que ele vai gostar da natação se eu colocar um pouco mais tarde?
Como eu também não tinha tempo para levar o Henrique nas aulas, deixei o tempo passar. Ao questionar a pediatra, ela disse que preferia que eu esperasse mais, já que Henrique adoecia muito (dos 7 meses até os dois anos). Ela me falou que as mães se cobram muito para colocar o filho na natação e se não conseguem colocar bem cedo sentem como se estivessem causando algum prejuízo na vida da criança. Não é bem assim.
Sobre as doenças, não acho que a água faça adoecer mais. Só que se a criança já está com nariz escorrendo ou com tosse pode piorar ainda mais. Se a criança vai a creche ou escola, quase sempre ela está assim. Então, colocar na natação significa de duas uma: ou a criança vai piorar ou vai faltar muitas aulas. Se a criança tem tendência a otite, a água também não é muito indicada.
Preferi esperar a imunidade do Henrique melhorar e o coloquei na natação com dois anos e três meses. Foi ótimo porque nessa fase eu ainda fazia a aula com ele, o que deixa mãe e filho mais seguros. Completamente adaptado ao meio aquático, o Henrique mudou de turma e agora faz a aula sozinho. Que emoção ver o filho batendo as perninhas para atravessar a piscina!
O Henrique sempre gostou muito de água. Por isso, vou colocar umas dicas que observei serem muito boas para facilitar a adaptação ao meio aquático:
* Quando bebê, nunca dê o banho se ele estiver com fome para não criar uma resistência à água. Lá em casa, eu sempre amamentava o Henrique antes do banho (só um pouco) e complementava a mamada depois. Acho que ajudou.
* Bebês pequenos se sentem mais seguros de bruços do que de barriga para cima. Por isso, comece o banho de bruços e tente dar o banho quase todo nessa posição. Vire o bebê para cima só no final e bem rapidamente para terminar o banho. Se possível, dê o seu dedo para ele segurar porque o bebê se sente muito inseguro com a barriga para cima.
* Quando o bebê começar a ficar mais esperto e já estiver sentando, coloque uns brinquedos na água. Vale qualquer brinquedo seguro. No começo ou colocava bichos de borracha. Depois comecei a colocar qualquer brinquedo de borracha ou plástico, até aqueles próprios para areia, como baldes, potinhos, regador, forminhas... O banho vira um momento de brincadeira delicioso!
* Quando ele estiver um pouco maior, acostume a jogar um pouco de água na cabeça dele com os próprios brinquedos ou com sua mão.
* Depois que ele já estiver acostumado a jogar água na cabeça, você pode também ensiná-lo a afundar um pouco a boca na água para fazer bolhinhas (tente fazer junto para mostrar e diga que vão brincar de caminhãozinho). Essa é uma atividade que eles fazem na natação.
* Lá em casa, banho é brincadeira até hoje. Como o Henrique não cabe mais na banheira já há algum tempo, compramos uma bacia de plástico bem grande para o banho durar mais tempo.
Aqui em Brasília, os bebês começam a fazer as aulas sozinhos de dois a três anos, dependendo da academia. Para mim, foi muito bom fazer aula junto com o Henrique antes. Mais do que ele, eu mesma precisava segurá-lo para me sentir mais segura. Se a mãe (ou o pai) são apavorados ao extremo, é melhor trazer outra pessoa para acompanhar a criança. Pais apavorados causam muita insegurança na criança.
Depois que a criança começa a nadar sozinha, ela fica bem mais solta e se desenvolve muito rápido. Logo consegue mergulhar e atravessar boa parte da piscina batendo as perninhas. Muito emocionante!
No meu entendimento, não existe um momento perfeito para aprender a nadar. Sempre é ótimo aprender! Mas acho mais adequado para bebês um pouco maiores (a partir de 1 ano e 6 meses). Se ainda não deu para colocar seu filho, tente assim que for possível. Quanto mais cedo, a criança tem mais facilidade e menos resistência a gostar da água. E os benefícios são muitos!